Com uma execução fraca, Phantom – Submarino Fantasma apoia-se
num elenco esforçado para materializar uma história improvável de uma maneira banal
e sem proporção emocional.
Apenas três semanas depois de regressar de
uma longa missão, o Capitão Demi (Ed Harris), à beira da reforma, é instruído
para reunir a sua tripulação num submarino antigo e apoiar uma missão secreta
do KGB que pretende testar uma nova tecnologia e alterar a sorte da União
Soviética numa longa guerra silenciosa e sem resolução. Quando Demi se apercebe
que as intenções do agente do KGB Bruni (David Duchovny) são pouco leais, Demi
não se sente disposto a abdicar dos seus valores morais por gratificações e
reconhecimentos.
Phantom – Submarino Fantasma, escrito e
realizado por Todd Robinson, é um filme de classe B que, não sendo necessariamente
mau, não reúne qualidades suficientes para espicaçar interesse e atenção no
espectador, ainda que a narrativa tencione relatar alegadas ocorrências
verídicas que colocaram o mundo perto de uma guerra nuclear à escala planetária
no auge da Guerra Fria. Na intricada linguagem naval que acompanha as decisões
dos protagonistas, o filme ganha uma grave dependência da sugestão visual para
fazer progressos expositivos, determinando negativamente a sensação de espaço
confinado que tão positivamente resultou em empreendimentos análogos no
passado. Onde Robinson provavelmente pretendia, com um foco intenso no Capitão
Demi, uma visão mais meditada e perturbada dos graves incidentes, existe uma
amálgama conflituosa entre categorias navais e intensidades políticas e
patrióticas a resultar num conjunto frustrantemente previsível de motins a
inverter o poder dentro do submarino de Demi. A impressão pessoal é largamente
marginalizada e apenas o passado desastroso do Capitão é objecto de alguma
consideração.
A Guerra Fria
é meramente circunstancial em Phantom –
Submarino Fantasma e a alusão às divergências entre Washington, Moscovo e
Pequim é frouxa e pobremente arquitectada. Baseada na teoria de Kenneth Sewell
presente no seu trabalho de investigação Red
Star Rogue – The Untold Story of a Soviet Submarine's Nuclear Strike Attempt on
the U.S., a concepção de um mecanismo de camuflagem a dar começo a uma
guerra é exagerada e sem sentido, sendo difícil de crer que algum dos países
envolvidos tomasse o irrevogável passo de levantar armas sem reunir todas as
evidências. Mas nem a improbabilidade da acção de Phantom – Submarino Fantasma importaria se o filme portasse alguma
tensão dramática; qualquer expectativa por tensão dramática, embora a
fotografia pesada e a música melancólica, sai gorada, não obstante encontros
repetidos com instantes apropriados. Robinson mostra-se inteiramente incapaz de
lidar com a oportunidade emocional e a sua execução torna-se essencialmente
convencional e oca.
A benesse de Phantom – Submarino Fantasma é um elenco
competente a ser capaz de espremer sumo de limões secos. Ed Harris, embora a
pobreza de particularidades do Capitão Demi, reconhece potencial suficiente no
seu papel para melhorar sobre o argumento. O seu esforço é digno, tal como são
os de David Duchovny e William Fichtner, apesar da rotina que empesta as suas
personagens. Os três actores fazem o que podem com o material à sua disposição
e as manifestas imperfeições das suas personagens não lhes devem ser imputadas.
Todavia, anunciar Robinson como responsável máximo pelo fracasso de Phantom – Submarino Fantasma é exceder
na avaliação: seria difícil para qualquer um discorrer cinematograficamente
sobre uma não-história.
CLASSIFICAÇÃO: 1,5 em 5 estrelas
Site Oficial: http://www.phantomthefilm.com/
Trailer:
É de facto muito mau.
ResponderEliminarPara quando a critica do filme português: A Gaiola Dourada?
Cumprimentos
Tendo em conta o âmbito de crítica a uma das estreias da semana, a crítica ao filme «A Gaiola Dourada» não se encontra para já nos planos do Terceiro Take.
EliminarBoa tarde André. Não pretendo intrometer-me no teu critério editorial, mas porque não fazes critica a mais que uma estreia por semana? Ou eventualmente critica a filmes que já estejam no circuito de vídeo que sejam do teu agrado? Gosto de te ler, mas pretendia ler mais =) Continuação de bom trabalho...
EliminarBoa tarde Kiko,
EliminarO Terceiro Take lançará em breve um novo complemento com o objectivo de colmatar precisamente a segunda parte da tua questão.
Fica atento ;)
Adorei o filme,e vc não entende porra nenhuma de cinema
ResponderEliminarExcelente! deve ser assistido com contexto histórico. Não é um filme de acão. Eu antes de assisti procurei pesquisar na internet para ter conhecimento dos fatos. adorei o filme. Recomendo. Os atores passam credibilidade.
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