WWZ:
Guerra Mundial é um filme com rotações diferentes, raramente alinhadas no
mesmo objectivo. A acção é agradável, mas o argumento é fraco e disparatado e o
produto final afunda-se em desbrio.
Gerry Lane (Brad Pitt), um antigo
investigador da ONU, é agora pai a tempo inteiro. Num dia como os outros, a
família Lane prepara-se para a sua rotina diária. Mas naquele dia tudo mudará.
Uma pandemia espalha-se rapidamente, transformando as suas vítimas em mortos-vivos.
A família Lane consegue escapar para um navio da ONU, onde fica a salvo.
Todavia, Gerry terá que, em contrapartida, regressar ao seu antigo emprego para
investigar as causas do surto.
O conceito de WWZ: Guerra Mundial não é novo. Várias
têm sido as produções cinematográficas que propõem no grande ecrã a possibilidade
da rápida extinção da humanidade à custa de um vírus zombie que transforma a população em mortos-vivos. Nesse aspecto, WWZ: Guerra Mundial acrescenta pouco à
mitologia que tem vindo a ser desenvolvida há largos anos, e cujo interesse se tem
espicaçado recentemente. Porventura, a maior novidade nesta adaptação livre do
livro de Max Brooks é escala planetária da acção, uma geralmente cingida em
produções anteriores a uma região em particular (veja-se, a título de exemplo,
o que Danny Boyle fez em 28 Dias Depois).
Efectivamente, a acção de WWZ: Guerra
Mundial, sempre encabeçada por Brad Pitt, salta de forma estonteante de um
ponto do globo para outro enquanto Gerry Lane investiga a origem do surto
mortal. Embora traduzindo cada um desses saltos em sequências de acção de
grande escala, o efeito planetário não é completamente cativante. Tanto não
seja que o último acto, cingindo a uma pequena instalação da Organização
Mundial de Saúde (OMS) no País de Gales, é o mais intenso e estimulante.
Mas é
impossível mencionar este último acto sem discorrer sobre os publicitados
problemas de produção que afligiram as filmagens e que forçaram, após o
visionamento do primeiro esboço do filme, a reescrever o argumento e a filmar um
novo fim. Esse novo fim é, precisamente, aquele que espectador visiona na
instalação da OMS. Mesmo o espectador que não esteja inteirado destes conflitos
na produção irá percepcionar uma diferença de ritmo na narrativa. Subitamente,
a missão messiânica de Gerry Lane, que desencadeia tumulto sempre que chega a
um novo local, fruto da obtusidade ou da falta de zelo humana, desacelera
brutalmente e transforma-se em algo que, embora melhor que tudo o que veio
antes, parece desactualizado e extraído de outra produção.
Brad Pitt
esforça-se para tornar Gerry Lane credível e relevante, mas pouco pode fazer
para contrariar a incoerência da sua personagem, um simples investigador da ONU
dado a epifanias capazes de salvar a humanidade. A talentosa Mireille Enos é incrivelmente
subaproveitada – é quase completamente descartada – e serve como mero apetrecho
para o instante emocional e barato que folga uma sequência de acção para a
seguinte. A acção é, verdadeiramente, o que mais interessa ao realizador Marc
Forster. Em bom rigor, Forster cria cenas de encher o olho sob uma banda sonora
desconcertante e uma fotografia adaptável. Em particular, a maneira como os zombies se comportam como colónias e
emitem sons e estalitos enervantes é interessante. Mas não bastam. Não bastam
para salvar a impressão de que este filme parece todo ele contaminado pela
mesma praga zombie que combate.
CLASSIFICAÇÃO: 2 em 5 estrelas
Site Oficial: http://www.worldwarzmovie.com/
Trailer:
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