sexta-feira, 21 de junho de 2013

Filme: WWZ: Guerra Mundial (2013)

WWZ: Guerra Mundial é um filme com rotações diferentes, raramente alinhadas no mesmo objectivo. A acção é agradável, mas o argumento é fraco e disparatado e o produto final afunda-se em desbrio.

Gerry Lane (Brad Pitt), um antigo investigador da ONU, é agora pai a tempo inteiro. Num dia como os outros, a família Lane prepara-se para a sua rotina diária. Mas naquele dia tudo mudará. Uma pandemia espalha-se rapidamente, transformando as suas vítimas em mortos-vivos. A família Lane consegue escapar para um navio da ONU, onde fica a salvo. Todavia, Gerry terá que, em contrapartida, regressar ao seu antigo emprego para investigar as causas do surto.

O conceito de WWZ: Guerra Mundial não é novo. Várias têm sido as produções cinematográficas que propõem no grande ecrã a possibilidade da rápida extinção da humanidade à custa de um vírus zombie que transforma a população em mortos-vivos. Nesse aspecto, WWZ: Guerra Mundial acrescenta pouco à mitologia que tem vindo a ser desenvolvida há largos anos, e cujo interesse se tem espicaçado recentemente. Porventura, a maior novidade nesta adaptação livre do livro de Max Brooks é escala planetária da acção, uma geralmente cingida em produções anteriores a uma região em particular (veja-se, a título de exemplo, o que Danny Boyle fez em 28 Dias Depois). Efectivamente, a acção de WWZ: Guerra Mundial, sempre encabeçada por Brad Pitt, salta de forma estonteante de um ponto do globo para outro enquanto Gerry Lane investiga a origem do surto mortal. Embora traduzindo cada um desses saltos em sequências de acção de grande escala, o efeito planetário não é completamente cativante. Tanto não seja que o último acto, cingindo a uma pequena instalação da Organização Mundial de Saúde (OMS) no País de Gales, é o mais intenso e estimulante.

Mas é impossível mencionar este último acto sem discorrer sobre os publicitados problemas de produção que afligiram as filmagens e que forçaram, após o visionamento do primeiro esboço do filme, a reescrever o argumento e a filmar um novo fim. Esse novo fim é, precisamente, aquele que espectador visiona na instalação da OMS. Mesmo o espectador que não esteja inteirado destes conflitos na produção irá percepcionar uma diferença de ritmo na narrativa. Subitamente, a missão messiânica de Gerry Lane, que desencadeia tumulto sempre que chega a um novo local, fruto da obtusidade ou da falta de zelo humana, desacelera brutalmente e transforma-se em algo que, embora melhor que tudo o que veio antes, parece desactualizado e extraído de outra produção.


Brad Pitt esforça-se para tornar Gerry Lane credível e relevante, mas pouco pode fazer para contrariar a incoerência da sua personagem, um simples investigador da ONU dado a epifanias capazes de salvar a humanidade. A talentosa Mireille Enos é incrivelmente subaproveitada – é quase completamente descartada – e serve como mero apetrecho para o instante emocional e barato que folga uma sequência de acção para a seguinte. A acção é, verdadeiramente, o que mais interessa ao realizador Marc Forster. Em bom rigor, Forster cria cenas de encher o olho sob uma banda sonora desconcertante e uma fotografia adaptável. Em particular, a maneira como os zombies se comportam como colónias e emitem sons e estalitos enervantes é interessante. Mas não bastam. Não bastam para salvar a impressão de que este filme parece todo ele contaminado pela mesma praga zombie que combate.   

CLASSIFICAÇÃO: 2 em 5 estrelas


Trailer:

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