tag:blogger.com,1999:blog-72505839198779565872024-03-14T05:05:06.501+00:00Terceiro Takecríticas de cinemaAndré Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.comBlogger125125tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-16361057643819899022014-12-21T21:38:00.000+00:002014-12-21T21:38:07.355+00:00Filme: O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiruXI66svnAvwNp6_eJ62GV7Yv6ATYgssbA6r1mWYIWWBi9PUNyj1cwGOCPOnakcxtGgPKUXzEU-hzvTmbuBptSeqyU-sqKlW34Qun-a_zhlFAdpyMp69sxF9VSHHcLrlTDqxL1IOKarJK/s1600/ohobbitbata5exercitos_poster_f2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiruXI66svnAvwNp6_eJ62GV7Yv6ATYgssbA6r1mWYIWWBi9PUNyj1cwGOCPOnakcxtGgPKUXzEU-hzvTmbuBptSeqyU-sqKlW34Qun-a_zhlFAdpyMp69sxF9VSHHcLrlTDqxL1IOKarJK/s1600/ohobbitbata5exercitos_poster_f2.jpg" height="320" width="222" /></a><b>Na sua última viagem pela Terra-Média,
Peter Jackson encerra em grande a sua trilogia. Com emoção e acção, <i>O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos</i>
põe o perfeito ponto final na mais incontornável saga.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Depois de recuperar a Montanha Solitária, a
Companhia de Thorin Oakenshield (Richard Armitage) assiste à destruição de
Laketown pelo terrível Smaug. Sem a ameaça do dragão, a Montanha é alvo do
desejo de muitos. Nas sombras de Dol Guldur, Sauron tenta o seu regresso com a
conquista da Montanha. Legiões de orcs caminham para a batalha. No meio do
conflito, Bilbo Baggins (Martin Freeman) poderá ser a resposta. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O que começou
como projecto de Guillermo del Toro e acabou nas mãos de Peter Jackson, então
produtor, após problemas de financiamento da MGM, acaba de forma intensa e
explosiva num capítulo final que, partindo imediatamente para a acção com o
ataque impiedoso de Smaug à vila pesqueira Laketown, encerra a aventura de
Bilbo Baggins e conclui o prelúdio para a trilogia <i>O Senhor dos Anéis</i>. Se os capítulos anteriores sofreram de alguma
maneira da necessidade de viagem de A para B, <i>A Batalha dos Cinco Exércitos</i> não precisa de partir para lado
nenhum. Todas as peças estão no sítio certo. A companhia de Thorin Oakenshiled
recuperou a Montanha Solitária e a sua missão é defendê-la. A imensa fortuna da
Montanha que o dragão guardou durante tantos anos todos atrai. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Tomado pela
ganância e pela vontade de ser Rei Debaixo da Montanha, Thorin precisa da
Arkenstone, o Coração da Montanha que oficializará o seu poder. A progressiva alienação
de Thorin enquanto a batalha eclode no exterior, perante o olhar incrédulo de
Bilbo Baggins, é provavelmente o ponto mais deslumbrante do filme. Peter
Jackson agarra nestes momentos para dar a alma que por vezes tem faltado à
Companhia. No fim da trilogia perpetua a ideia de que muitos dos anões
permanecem desconhecidos para a audiência, provavelmente sem uma única fala nas
quase nove horas de interacção. Críticas sobejam sobre a decisão de Jackson
para dividir um curto livro numa adaptação cinematográfica tão grande. Como um
todo, a intenção de Jackson é compreensível. Talvez não fosse possível dar
tanta ênfase ao mundo de Tolkien de outra maneira, às suas inúmeras personagens,
criaturas e acontecimentos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A principal
critica a esta segunda caminha de Jackson pela Terra-Média tem sido o uso de
CGI em grande escala. <i>A Batalha dos Cinco
Exércitos</i> não é imune a esta tendência, mais ainda quando a ênfase do filme
se concentra em torno de uma grande batalha com tão variadas criaturas em tão
elevado ritmo. O efeito é particularmente visível, e inconveniente, quando o
elfo Legolas entra em modo de combate, desafiando até a gravidade com a sua
agilidade. Embora Jackson não use tantos efeitos práticos como anteriormente,
particularmente na trilogia original, o neozelandês é contudo capaz de
introduzir momentos de emoção e sinceridade, pautados pela distinta música de
Howard Shore, entre as sequências que mais fazem abrir os olhos. É esta
capacidade de Jackson que tem tornado o seu trabalho especial e único. Neste
aspecto, <i>A Batalha dos Cinco Exércitos</i>
superioriza-se aos seus dois antecessores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Se dúvidas ainda
houvessem de que Martin Freeman era o melhor Bilbo que poderia haver, o
derradeiro filme da trilogia faz dissipá-las. Freeman encarna Bilbo com toda a
humildade, acuidade e humor com que Tolkien criou e escreveu a personagem. Richard
Armitage tem um efeito semelhante no papel de Thorin. Aliás, qualquer cena
entra Freeman e Armitage faz remeter quase automaticamente para as palavras de
Tolkien. Não poderia haver melhor elogio do que este para as suas
interpretações. Por qualquer excesso que faça, Jackson nunca cometeu um erro no
casting do seu elenco. Ian McKellen impressiona pela última vez enquanto o
eterno Gandalf. Talvez nunca tenha havido uma personagem assim. Talvez nunca
venha a haver. <i>A Batalha dos Cinco
Exércitos</i> permite ainda um canto do cisne a Christopher Lee, Cate
Blanchett, Hugo Weaving, Orlando Bloom e Ian Holm nos seus icónicos papéis, bem
como ajuda a tornar memoráveis as recentes personagens de Evangeline Lilly,
Luke Evans, Lee Pace e Aidan Turner. A inesperada surpresa do filme é
discutivelmente Ryan Gage enquanto Alfrid, personagem criada pelos
argumentistas que traz ao filme o elemento cómico e relaxante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Terminando a
sua jornada com a derradeira visita e olhar sobre o Shire e Bag End no seu
epílogo, <i>O Hobbit: A Batalha dos Cinco
Exércitos</i> liga esta trilogia à trilogia <i>O
Senhor dos Anéis</i> da forma mais emotiva. Sabendo o que advém na linha
temporal da Terra-Média, a sensação é avassaladora. A Terra-Média
cinematográfica está provavelmente encerrada. Peter Jackson trouxe ao ecrã a
saga mais vívida e fantástica do cinema. Agora, tudo o que temos de decidir é o
que fazer com o tempo que nos é dado… e revisitar é sempre uma hipótese, numa imersiva
longa maratona de quase um dia. Valentes não faltarão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2310332/">http://www.imdb.com/title/tt2310332/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.thehobbit.com/">http://www.thehobbit.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/1LT4TibOK5Q?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-39557568291517867382014-11-28T18:30:00.000+00:002014-11-28T18:30:44.968+00:00Filme: Boyhood – Momentos de uma Vida (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi62yB4HiiXFGLpDgsKyxubLCFtGJz-Mt_YGDeZMNPs91usF8IP31GOu5F0Hoga8ngfjBssIP4sM3QWHN1rZcqhRt0uYV7C3KXsHB2AFPqLmLE9mKTqJvUS73oSIOjkb5mYlZXaERoY51Tx/s1600/boyh.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi62yB4HiiXFGLpDgsKyxubLCFtGJz-Mt_YGDeZMNPs91usF8IP31GOu5F0Hoga8ngfjBssIP4sM3QWHN1rZcqhRt0uYV7C3KXsHB2AFPqLmLE9mKTqJvUS73oSIOjkb5mYlZXaERoY51Tx/s1600/boyh.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Meticulosamente realizado durante um
período de doze anos pela incrível dedicação de Richard Linklater, <i>Boyhood – Momentos de uma Vida</i> é um <i>coming-of-age</i> como nunca visto. Um dos
filmes do ano. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Mason Evans Jr. (Ellar Coltrane) e a sua
irmã Samantha (Lorelei Linklater) vivem com a sua mãe Olivia (Patricia
Arquette) no Texas. O pai, Mason Sr. (Ethan Hawke), separado de Olivia, vive e
trabalha no Alasca. Sempre à procura do melhor para os seus filhos e para si
mesma, Olivia anda de cidade em cidade, de trabalho em trabalho e até de
casamento em casamento enquanto Mason Jr. e Samantha, sempre com um contacto
próximo do seu pai, aprendem, crescem e tomam decisões. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O compromisso
de Richard Linklater com uma produção de nada menos do que doze anos é notável.
Por si só, este facto é suficiente para encher <i>Boyhood – Momentos de uma Vida</i> de obrigatoriedade de visualização.
Afinal, o espectador não está meramente a acompanhar uma cópia dos vários anos
por que a narrativa passa, reconstituídos por valores de produção precisos e
louváveis; está literalmente a visualizá-los tal como eram, com os seus
estilos, as suas modas, os seus pensamentos, uma janela para o passado
raramente tão fidedigna, pois é ela própria parte desse tempo. Para alguém
próximo da geração de Mason Evans Jr., o efeito é ainda mais avassalador. As
experiências por que Mason passa, os jogos com que se entretém, as roupas que
veste e até mesmo o lançamento mundial de um capítulo de Harry Potter, em
livro, extravasam a fronteira cinematográfica para trazer à tona verdadeiras
memórias. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A
incontornável beleza de <i>Boyhood –
Momentos de uma Vida</i> não se fica, todavia, pelo período da sua produção. A
narrativa que Richard Linklater desenvolveu e adaptou às circunstâncias do seu
elenco e da sociedade em constante mudança é por si só meritória e digna das
mais sinceras reflexões sociais no cinema. Nunca se viu nada assim. A história
de <i>Boyhood – Momentos de uma Vida</i> é
tão terra-a-terra, tão próxima das nossas próprias vivências e experiências,
dos momentos bons e dos momentos maus. É impressionante a quantidade de pessoas
com que alguém contacta num período de doze anos, que entram e saem de uma
vida, essenciais a dado momento e completamente esquecidas noutro; no caso
particular de um jovem na fase ascendente da sua adolescência, o efeito é ainda
mais destroçador. Entristece e reconforta ao mesmo tempo. Tudo muda, nada é
constante. A vida é isto mesmo. Momentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Ellar Coltrane
pode ter demorado doze anos para ter a sua grande estreia – não contabilizando
a participação fugaz em <i>Geração Fast Food</i>
(também de Richard Linklater) e em três outras pequenas produções –, mas fá-la
em grande. A forma como Manson Jr. literalmente cresce diante dos nossos olhos
– a montagem de Sandra Adair executa a transição de planos (e de idades) de
forma brilhante – torna a sua personagem única. Ellar Coltrane é provavelmente
a revelação do ano. Talvez ninguém tenha evoluído tanto no cinema diante dos
nossos olhos como o jovem actor; a sua capacidade e a sua qualidade de
representação evoluem e amadurecem do início ao fim do filme, conforme também
Ellar Coltrane cresce e amadurece. Importante ainda destacar as dedicações de
Ethan Hawke e de Patricia Arquette, a última em particular pela personagem
fidedigna que interpreta, em papéis soltos com (certamente) muitas
oportunidades de improvisação. E ainda a de Lorelei Linklater, filha do
realizador, no papel da irmã de Manson Jr.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Richard
Linklater pode muito perfeitamente ter em mãos o filme da sua carreira.
Qualquer galardão que esteja no seu caminho será perfeitamente justificado,
como o será para o próprio filme, realizado de forma independente e sem
compromissos, com risco e coragem. <i>Boyhood
– Momentos de uma Vida</i> mostra que a cega dedicação à arte cinematográfica
não está perdida. Existe, continua a ser nutrida e produz resultados
assombrosos. No caso de <i>Boyhood –
Momentos de uma Vida</i>, prova-nos que uma história concretizada na medida e
no tempo certos é potencialmente a mais cabal e a mais próxima do espectador e
das suas vivências.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1065073/">http://www.imdb.com/title/tt1065073/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.ifcfilms.com/films/boyhood">http://www.ifcfilms.com/films/boyhood</a> </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/LZ2hpzOis3g?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-34295331450838564602014-11-21T19:31:00.000+00:002014-11-21T19:31:00.406+00:00Filme: The Hunger Games: A Revolta – Parte 1 (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiao1nc5irywQ8x8aju2vpTcQX0A7DKJyjO_WdBtwUIDKmk-287bi2pJgS1LAKix-IDVZA10xsu_lCB9uWA5NcBEP-HRGjhWY4ivALsSsPn1xSxoNABdXPqq5QCjdzAJEt8XquRSdtKH5CX/s1600/hungergamsrevoltap01_poster_f2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiao1nc5irywQ8x8aju2vpTcQX0A7DKJyjO_WdBtwUIDKmk-287bi2pJgS1LAKix-IDVZA10xsu_lCB9uWA5NcBEP-HRGjhWY4ivALsSsPn1xSxoNABdXPqq5QCjdzAJEt8XquRSdtKH5CX/s1600/hungergamsrevoltap01_poster_f2.jpg" height="320" width="222" /></a><b>Embora continue a ser um mostruário
predilecto para o talento de Jennifer Lawrence, eleve o tom político e lance
adequadamente os dados para a última visita a Panem, <i>The Hunger Games: A Revolta – Parte 1</i> não escapa à sensação de
não-evento de uma narrativa desnecessariamente partida em dois. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Após os eventos dos últimos Jogos da Fome,
que Katniss (Jennifer Lawrence) terminou de forma abrupta com um disparo
certeiro do seu arco, o tributo do Distrito 12 encontra-se no afinal vivo e de
pé Distrito 13 sob a guarida e as ordens da Presidente Coin (Julianne Moore). A
revolta está mais perto do que nunca, mas há ainda um trabalho de persuadimento
a fazer aos restantes distritos. Símbolo encarnado do Mimo-Gaio, Katniss
torna-se no rosto da campanha pela revolta. Do lado do Capitólio, Peeta (Josh
Hutcherson) é a voz do Presidente Snow (Donald Sutherland) e da sua política de
repressão. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Considerando o
historial dos congéneres – em género e em público-alvo – <i>Harry Potter</i> e <i>Twilight</i>,
a decisão de dividir o terceiro e último capítulo da saga de Suzanne Collins em
dois filmes dificilmente se revelaria uma escolha artisticamente justificada. <i>The Hunger Games: A Revolta – Parte 1</i> é
um filme a dois tempos, a dois ritmos e mesmo a duas narrativas para uma
história a duas metades, resultando quase invariavelmente numa sensação de um
não-acontecimento. Durante cerca de duas horas, numa ambiência adequadamente
sombria e contida, Francis Lawrence cria quase um jogo de gato e rato entre o
evento e o não-evento, entre a iminente revolta e a delongadora propaganda política.
A importância visual e moral do Mimo-Gaio personificado por Katniss Everdeen
para a instigação da revolução parece efectivamente fundamentada, mas a
resposta quase estritamente propagandista do Capitólio não parece coerente para
um órgão soberano que nunca hesitou em antagonizar jovens numa arena até à
morte.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O tom político
<i>em The Hunger Games: A Revolta – Parte 1</i>
é maior do que nunca. Se por um lado o Presidente Snow, do Capitólio, é alguém
versado na política e nos seus mecanismos, a Presidente Coin apresenta
amadorismo e dificuldade em converter a sua posição de poder numa revolta forte
e vitoriosa. Snow, compreendendo a limitação da sua adversária e o poder do
Mimo-Gaio, dirige o seu ataque à principal ameaça ao seu poder e estado das
coisas: Katniss. Terrivelmente fragilizada e perturbada pelos dois Jogos da
Fome, Snow desfere um golpe terrível no espírito de Katniss com a conversão de
Peeta, capturado nos acontecimentos finais de <i>The Hunger Games: Em Chamas</i>, à vida e ao estilo do Capitólio. O
efeito é devastador para Katniss. Provavelmente inconsciente para o fenómeno, é
usada como um peão no jogo de xadrez que o Capitólio e o Distrito 13 disputam
lentamente. Se por um lado Katniss apela de forma improvisada à insurreição
directamente de um campo de batalha em chamas, Peeta apela à paz e ao fim do
conflito de forma calculista numa sala tranquila e acolhedora, espicaçado pelo
sempre promotor Caesar Flickerman. Durante esta <i>Parte 1</i> do capítulo final, a revolta amiúde anunciada reduz-se quase
singularmente a esta troca de propagandas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O último acto
introduz por fim uma demonstração de força das duas fracções do conflito, ainda
que pequena e visualmente restringida. Sem a arena e com o constrangimento de
uma primeira metade de uma narrativa, Francis Lawrence aposta todos os seus
trunfos neste acto. Um bombardeamento ao Distrito 13 é quiçá a melhor sequência
que Francis Lawrence constrói até ao momento na saga, colocando o espectador
quase em pânico durante o desenrolar do acontecimento, sequência que parece
realizar com algum alívio. Francis Lawrence é um realizador radiante por poder
contar com Jennifer Lawrence. Num filme que é mais contemplativo do que outra
coisa e em que não é possível desconstruir mais as personagens para além
daquilo que a audiência já conhece, Jennifer Lawrence consegue trazer elementos
novos a Katniss. A sua actuação apenas é suficiente para manter o espectador
focado no grande ecrã, mesmo que verdadeiramente não esteja a acontecer muita
coisa. <i>The Hunger Games</i> é tanto a
muleta para o estrelato de Jennifer Lawrence como a actriz é uma muleta para o
sucesso mundial da saga. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Apesar da
sensação de não-evento, <i>The Hunger Games:
A Revolta – Parte 1</i> preludia adequadamente o último filme. É um prelúdio
que, sacrificando-se para conter toda a condescendência, toda a dragagem e
represada propaganda, faz antecipar um desfecho mais em força e com todo o
deslumbramento devido, um em que todas as personagens podem brilhar pela última
vez (com destaque para a última interpretação de Philip Seymour Hoffman) e em
que o conflito de Panem ficará finalmente resolvido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 3 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1951265/">http://www.imdb.com/title/tt1951265/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.thehungergamesexclusive.com/">http://www.thehungergamesexclusive.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/tFCxKnPuHeM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-50180255711272983112014-11-08T14:00:00.000+00:002014-11-08T14:00:23.823+00:00Filme: Interstellar (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQxhD6aqgNMy3jRxf-rkGGKvPux9ezZkTsswysb0JRMhhEgYPVQrFnaurQI-u2-oaA2Y70irNDXVMtzKQ2x0XlZVkPq3Im8mpb270BCW-_Gvg3JDLr_W2gctWNyXI_yOSz5eHVhsddeeKW/s1600/inter.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQxhD6aqgNMy3jRxf-rkGGKvPux9ezZkTsswysb0JRMhhEgYPVQrFnaurQI-u2-oaA2Y70irNDXVMtzKQ2x0XlZVkPq3Im8mpb270BCW-_Gvg3JDLr_W2gctWNyXI_yOSz5eHVhsddeeKW/s1600/inter.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Tecnicamente assombroso e a espaços
inigualável, <i>Interstellar</i> é um filme
ambicioso, de grande escala, que continua o estado de graça de Christopher
Nolan, mesmo que não atinga todo o potencial prometido. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Num futuro próximo, a população humana passa
por grandes apertos. A fome abunda, pragas espraiam-se e o ar é cada vez mais
irrespirável. Quando certo dia Cooper (Matthew McConaughey), um antigo piloto
da NASA que agora se dedica à agricultura, dá ouvidos à sua filha Murph sobre
fenómenos estranhos que acontecem no seu quarto, Cooper descobre uma missão
secreta dos seus antigos empregadores para salvar a humanidade, uma que o
levará a atravessar o espaço e a enfrentar inesperados perigos e sacrifícios.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Christopher
Nolan provou e continua a provar que não gosta de histórias fáceis. Se se
excluir a trilogia <i>O Cavaleiro das Trevas</i>
onde Nolan se rende de certa forma ao facilitismo da banda-desenhada – não
poderia ser de outra forma –, os projectos originais do realizador britânico,
de <i>Memento</i> a <i>A Origem</i>, têm sempre presente o desafio racional de obrigar a
pensar na narrativa, nas suas premissas, nos seus desenvolvimentos e nos seus
nem sempre óbvios desfechos. A capacidade de Nolan para fazer o espectador sair
do cinema com a cabeça à roda, embrulhada em questões, é ímpar no panorama
cinematográfico actual. Concorde-se ou discorde-se com parte ou mesmo com todo
o filme, nenhum espectador se exonera totalmente do exercício de reflexão que a
narrativa exige, por vezes se calhar até contra a sua própria mensagem e ideia.
Como não poderia deixar de ser, <i>Interstellar</i>
rege-se pelas regras deste habitual enquadramento de Nolan. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Inspirada nas
teorias do físico Kip Thorne, que trabalhou como consultor científico e como
produtor executivo no filme, a história de <i>Interstellar</i>
coloca a humanidade no seu limite, num futuro próximo em que os recursos se
esgotaram e a humanidade se definha. Lutando diariamente pela sobrevivência e
pela continuidade, Cooper e a sua filha Murph deparam-se com uma anomalia
gravitacional, um fantasma para Murph, que os leva a descobrir uma missão
secreta da NASA para encontrar novos mundos passíveis de colonizar e de assim
salvar a humanidade. Embora o terrível sacrifício de deixar a sua família para
trás e correndo o risco de não voltar a vê-la, Cooper aceita liderar a missão
pelo simples instinto de protecção dos seus filhos. O amor de Cooper pela sua
família, e por Murph em particular, é o grande motor do filme. Numa narrativa
que se preenche de ciência e de fenómenos incríveis, por vezes numa toada
expositiva difícil de acompanhar, é uma decisão corajosa que o principal
elemento seja o mais inquantificável de todos. Algures no infindável e escuro
espaço ou num planeta estranho e inóspito, a salvação da humanidade não reside
na ciência. Não verdadeiramente. Reside na força quase inconcebível que um pai
tem para proteger os seus filhos e nos esforços impossíveis que corporizará
para assegurá-lo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Por seu
pecado, Christopher Nolan nem sempre lida da melhor forma com esta componente
menos científica do seu argumento, que assina com o seu irmão Jonathan Nolan.
Por vezes passa a ideia de algum desconforto neste tema e por vezes trata o
material de uma forma mais expositiva e menos visual do que o desejável. Vale-o
o elenco seguro e extremamente competente capaz de passar as mensagens mais
corriqueiras e estranhas de um modo natural. Quaisquer que sejam as suas
falhas, Nolan compensa-as com panoramas e sequências visuais e sonoras
perfeitamente deslumbrantes – a música de Hans Zimmer acompanha <i>Interstellar</i> com o habitual rigor do
compositor alemão. Na técnica, poucos chegam perto de Nolan na actualidade. As
inspirações de filmes como <i>2001: Odisseia
no Espaço</i> são evidentes. Nolan não se acanha desta comparação e planos
existem que constituem uma verdadeira homenagem ao clássico de Kubrick. A forma
como a narrativa tenta atingir algo de metafísico, como alude sempre ao
transcendente, é outro exemplo, embora aqui com numa nuance diferente e
eventualmente menos inteligível. Quiçá o foco na ciência, nas suas
terminologias e formulações teóricas se amplifique em excesso. O truque para
entranhar e usufruir da melhor forma de <i>Interstellar</i>,
pelo menos na sua primeira visualização, é não considerar demasiado a ciência,
a sua lógica e as suas incongruências. Tal deve ficar para depois, após a
visualização, no tal momento em que Nolan faz o espectador sair do cinema com a
cabeça à roda, embrulhada. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Interstellar</i> é o filme mais ambicioso de
Christopher Nolan, mas não é, discutivelmente, o seu melhor ou a sua definidora
obra-prima. Essa ainda estará para vir. Como se apresenta, <i>Interstellar</i> coloca-se lado a lado com a obra do realizador
britânico, obra que até agora ainda não conheceu nenhum passo em falso. Talvez
nunca venha a conhecer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt0816692/">http://www.imdb.com/title/tt0816692/</a></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>Site Oficial: <a href="https://interstellar.withgoogle.com/">https://interstellar.withgoogle.com/</a></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>Trailer:</o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/1pfEjHRox4I?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-65583674028408154192014-10-24T21:47:00.000+01:002014-10-24T21:47:08.745+01:00Filme: Fúria (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0TWcD3UOydJL59bRPI99WBLR8x_sDZQyBjPSWdXTK2v0DareVO_kH-yUKqPJv0Gkt5hryLphyphenhypheni1zrnuwEyae_x2zMrpGx2iQzG-1MBKUmfi7d5UvmAEf5X1y0j1I7izSCptjgUzLOf9w6/s1600/furia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0TWcD3UOydJL59bRPI99WBLR8x_sDZQyBjPSWdXTK2v0DareVO_kH-yUKqPJv0Gkt5hryLphyphenhypheni1zrnuwEyae_x2zMrpGx2iQzG-1MBKUmfi7d5UvmAEf5X1y0j1I7izSCptjgUzLOf9w6/s1600/furia.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Adequadamente baço, visual e explosivo e
liderado pelas actuações de Brad Pitt e de Logan Lerman, <i>Fúria</i> introduz outro destacável capítulo cinematográfico na 2ª
Guerra Mundial apoiado na valentia, na camaradagem e na adaptação. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>A 2ª Guerra Mundial está muito perto do fim.
As forças aliadas conquistam terreno na inimiga Alemanha, mas a resistência
ainda é forte e atroz. Don "Wardaddy" Collier (Brad Pitt) comanda o
tanque Fury, um dos mais destacados do Regimento 66. O regimento de Fury é
composto por Boyd "Bible" Swan (Shia LaBeouf), Grady
"Coon-Ass" Travis (Jon Bernthal) e Trini "Gordo" Garcia
(Michael Peña). Quando um quinto membro do regimento morre em combate, o
recém-chegado Norman Ellison (Logan Lerman) é destacado para Fury. A guerra que
Norman pensava relatar não é a guerra que vai efectivamente viver.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Escrito e
realizado por David Ayer, <i>Fúria</i>
retrata a 2ª Guerra Mundial, ou pelo menos o seu furioso epílogo, com um ritmo
diferente do que seria de esperar, tomando tempo para os seus momentos de
reflexão moral e religiosa e para os seus planos vívidos e visualmente
esviscerais. A história não é verídica. Resulta da criatividade de David Ayer,
mas não sobejam muitas dúvidas sobre a credibilidade e o realismo desta
representação crua. Em certos momentos, talvez a narrativa exponha os seus
intervenientes a sortes improváveis, mas David Ayer nunca passa totalmente o
risco da probabilidade ou se tenta a evidentes mecanismos <i>Deus ex machina</i>. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
No confinado
tanque baptizado Fury, David Ayer joga com personalidades distintas. Cruza a
religião com a descrença religiosa, a experiência na guerra com a
inexperiência, a velhice com a juventude. O regimento de Wardaddy está
profundamente marcado pela longa guerra, de África à Alemanha; marcado não
apenas nas por vezes horripilantes cicatrizes físicas, mas também na mente, no
alento e na crença. Tão marcados pelas atrocidades, pelo vermelho do sangue e
pelo laranja das chamas, o regimento parece já indiferente ao horror,
insensível à dor e desinteressado na ocasional injustiça. É com este cenário
pouco animador e intolerante que o recém-chegado Norman se depara. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Há pouco mais
do que oito semanas na guerra e inicialmente destacado para dactilografar,
Norman vê-se inserido num grupo que não o aceita e que não lhe reconhece
qualquer capacidade ou qualidade. Norman é praxado de forma cruel e constante
pelos seus companheiros. Chega a ser forçado a liquidar um inimigo que se
rendera contra a sua vontade e instinto de justiça. O tratamento que Norman
recebe parece exagerado, mas a hostilização persistente por parte dos seus
companheiros ilumina-se de uma intenção válida: a de desenvolver rapidamente em
Norman as sensações de indiferença, insensibilidade e desinteresse que se
espraiaram no regimento durante anos de conflito e que os foi mantendo a salvo.
Afinal, o tanque só funciona se todos remarem no mesmo sentido, e só todos
sobreviverão se forem capazes de cumprir o seu papel, quão desumano seja ou
possa vir a ser. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
David Ayer não
se coíbe a mostrar esta desumanidade, toda a desumanidade da guerra. Os
momentos de confrontos são exímios e tensos, numa sucessão de planos abertos e
fechados que aumenta o perigo sobre o regimento de Fury. As cores atenuadas e a
música expectante acentuam a devastação provocada e a pouco esperança com que
todos os intervenientes parecem compactuar. David Ayer eleva o ritmo e a acção
no acto final, onde filma uma admirável demonstração de tácticas de guerra. O
realizador americano não se esquiva por um momento da sua visão bruta e
autêntica do confronto. A tensão de cortar à faca quando Wadarddy e Norman se
hospedam sem licença na casa de duas alemãs, ou a conformidade entre o plano
inicial e o plano final do filme, com o tanque no centro da desolação, são
testemunhos desta rigorosa compostura. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Brad Pitt
volta a interpretar um papel no contexto da 2ª Guerra Mundial, mas nem por isso
o seu trabalho se torna menos original e desinspirado. O seu Wardaddy prova-se
um homem de aparência forte, de liderança nata; embora o semblante sério e
pesado, talvez sinta e padeça mais do que qualquer outro à sua volta. A certa
altura no acto final, pela forma como captura o momento, David Ayer parece
sugerir uma relação entre Wardaddy e Bible superior à mera amizade e ao
companheirismo. David Ayer não dedica mais qualquer instante a esta percepção,
a esclarecê-la ou aprofundá-la. E bem. É natural; não é forçado. No elenco de
suporte a Brad Pitt, Logan Lerman destaca-se no papel Norman. A sua personagem
é a que mais transformações sofre durante <i>Fúria</i>
e a que carrega o fardo de ser os olhos da audiência. Logan Lerman mostra-se à
altura do desafio. O restante elenco compõe-se bem, incorporando qualidades e
peculiaridades em personagens de outra forma contagiadas por algum
corriqueirismo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Fúria</i> não é o melhor trabalho
cinematográfico que tem como pano de fundo a 2ª Guerra Mundial. Há obras
incontornáveis no género que são difíceis de alcançar. Mas <i>Fúria</i> conquista meritoriamente o seu espaço. Conquista com uma
premissa muito simples, destacada no discurso consternador e vaticinador de
Wardaddy: as ideias são pacíficas, mas a história é violenta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p> <b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2713180/">http://www.imdb.com/title/tt2713180/</a></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>Site Oficial: <a href="http://furymovie.tumblr.com/">http://furymovie.tumblr.com/</a></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>Trailer:</o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/znp1ou7mSrE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-56376693371777368412014-10-17T19:48:00.000+01:002014-10-18T19:03:05.146+01:00Filme: Frank (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY2Z-PZ10_Gab_9YP2CSZeEpMJrc0RYrZ1sJniNDKXbinH9okpfYadgBgTHtTTzrCnMNsS6iAUnWQ4hFPpDUurgMv3D8o2hp6W9VgXTO_xDX3K3SePQ9i64HkWOHqOTwinGqt7uz44HBzu/s1600/frank.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY2Z-PZ10_Gab_9YP2CSZeEpMJrc0RYrZ1sJniNDKXbinH9okpfYadgBgTHtTTzrCnMNsS6iAUnWQ4hFPpDUurgMv3D8o2hp6W9VgXTO_xDX3K3SePQ9i64HkWOHqOTwinGqt7uz44HBzu/s1600/frank.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Cómico, alucinado e musicalmente
deslumbrante, <i>Frank</i> trás uma distinta
introspecção às transformações e aos métodos de uma banda de música, uma
liderada por uma hipnotizante personagem sublimemente interpretada por Michael
Fassbender. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Certo dia, enquanto caminha à procura de
inspiração para uma música, Jon (Domhnall Gleeson) encontra-se com uma banda
desconhecida que acaba de perder um dos seus elementos para o concerto dessa
noite. Espontaneamente, Jon oferece-se para preencher a vaga. Frank (Michael
Fassbender), o estranho líder da banda, aceita. Mais tarde, após se terem
separado e ficado sem contacto, Frank convida Jon para integrar a banda no
retiro onde gravarão o novo álbum e onde Jon terá uma das experiências mais
estranhas da sua vida. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Maioritariamente
inspirada na carreira musical de Chris Sievey e no seu alter-ego Frank
Sidebottom, mas também em figuras como as de Daniel Johnston e de Captain
Beefheart, a deliciosamente cómica, sinistra e surreal história de <i>Frank</i> transporta a audiência pelas
contemplações de uma banda alternativa com a inflexão de uma experiência tão
bizarra quanto a genialmente descoordenada música de Frank e da sua
impronunciável banda Soronprfbs. Através dos olhos e das considerações de Jon,
a audiência conhece a cada rasgo de demência a brilhante loucura de Frank, da
sua vincada personalidade, dos seus estranhíssimos hábitos. Aprende que Frank,
debaixo do seu fato de genialidade e da sua cabeçorra de plástico, vive
perturbado, porventura preso à infância, embrenhado num modo e numa visão da
vida e das coisas diferente. Tão diferente que gera sobre si um inescapável
magnetismo que atrai o desejo, a necessidade de escapismo e de preferência de
todos à sua volta. Recém-chegado e pouco integrado na banda, Jon sente este
magnetismo como mais ninguém, rapidamente se tornando dependente da aprovação e
do favoritismo, sensação que o espectador, compenetrado nos maneirismos e na
originalidade musical de Frank, se permite partilhar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Jon, todavia,
não consegue efectivar-se como um membro <i>de
facto</i>. Embora confinado a um espaço reduzido e isolado durante meses em
Vetno, na Irlanda, Jon não se desliga do mundo virtual, do mundo social onde
procura crescer, afamar-se e acreditar-se. Não se torna no transeunte que começara
por ser, que todos os membros da banda parecem ter começado por ser. Convencido
da qualidade de Frank e do potencial dos Soronprfbs, Jon documenta cada passo
do interregno criativo da banda. A crítica do realizador Lenny Abrahamson a uma
audiência cada vez menos participativa e exageradamente focada na documentação
virtual da sua vida e das suas experiências fica bem vincada. Em vez de se
integrar verdadeiramente na banda e no seu estilo, Jon vive para as suas
actualizações virtuais, para os <i>tweets</i>,
para os <i>hashtags</i> e para as
visualizações. A documentação de Jon do trabalho e do processo criativo dos
Soronprfbs leva-o eventualmente a receber um convite para uma actuação no
festival alternativo South by Southwest. Jon vibra, sem se aperceber que os
Soronprfbs se calhar não existem para actuações em grandes espaços, mas para
pequenos e escuros bares, quiçá de reputação duvidosa, onde a audiência se
compõe (mal) por ouvintes ocasionais e acidentais. Sem se aperceber que a
fragilidade a ligar os Soronprfbs é como os fios entrelaçados que compõem uma
tela velha; tal como com o quadro que resulta nessa tela, a banda é para ver (e
viver) sem se lhe tocar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Quem diria que
Michael Fassbender tinha uma voz tão predisposta para a interpretação musical.
A sua voz torna o realismo e a credibilidade de <i>Frank</i> mais robustos. Debaixo da cabeçorra de Frank, Michael
Fassbender oferece uma interpretação hipnotizante, descontraída e divertida. A
expressividade que coloca nos seus diálogos faz com que a cabeçorra que lhe
cobre o rosto pareça, embora imutável, sempre diferente. Domhnall Gleeson
continua a marcar pontos na sua carreira em ascensão com mais uma interpretação
sólida, encontrando espaço para se destacar entre a performance excêntrica de
Michael Fassbender e a actuação rigorosa de Maggie Gyllenhaal, que surge como o
elemento mais desequilibrado, mais desestabilizador e mais autêntico da banda.
Filmadas com som ao vivo, as fantásticas e tresloucadas actuações dos
Soronprfbs provam a dedicação do elenco aos seus respectivos papéis e a
conivência com a visão de Lenny Abrahamson para a invulgar narrativa. A
qualidade de <i>Frank</i> resulta da entrega
e da crença de cada um deles com o resultado final, mesmo que o fim, não o
adequado desfecho, mas o receptáculo para ele, desbarate a alucinação conjunta.
Mas até este corriqueirismo lhe fica bem, pois como Frank, o músico, coloca a
dado instante em mais uma das suas inspiradas observações, caras normais também
são estranhas. E <i>Frank</i> é afortunadamente
estranho quando é normal e normal quando é estranho. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p> <b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1605717/">http://www.imdb.com/title/tt1605717/</a></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>Site Oficial: <a href="http://www.magpictures.com/frank/">http://www.magpictures.com/frank/</a></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p>Trailer:</o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/cDsYH18KeRs?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p><br /></o:p></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-36702778474862392502014-10-02T20:35:00.000+01:002014-10-05T16:19:14.009+01:00Filme: Em Parte Incerta (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAyumvvyntNQ0ZBF6GKFVLOatUqnxLtVKZlu122dWBW4BMq3s_4XsH5XuxxGvvh2nTDmbeOStr0IC_gJkKrSy0eTqIaxOrC5-D7xR3cbwSGyPuo_F1nYw8PWN7GkzG_ZxkzbVI7UItaDCm/s1600/gone.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAyumvvyntNQ0ZBF6GKFVLOatUqnxLtVKZlu122dWBW4BMq3s_4XsH5XuxxGvvh2nTDmbeOStr0IC_gJkKrSy0eTqIaxOrC5-D7xR3cbwSGyPuo_F1nYw8PWN7GkzG_ZxkzbVI7UItaDCm/s1600/gone.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Misterioso, carregado de suspense e com
interpretações de elevado calibre, <i>Em
Parte Incerta</i> não se demora em incertezas para se assumir como um dos
filmes do ano e um dos melhores <i>thrillers</i>
de David Fincher. Rosamund Pike é verdadeiramente incrível. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>No dia do seu quinto aniversário de
casamento, Nick Dunne (Bem Affleck) regressa a casa do seu passeio matinal para
descobrir a sua esposa Amy (Rosamun Pike) desaparecida. Os sinais de luta em
casa levam Nick a contactar a polícia e a iniciar um movimento local pela busca
de Amy. Quando pormenores do seu passado e da sua relação começam a surgir, o
papel de Nick e de Amy no misterioso desaparecimento pode ser completamente
diferente do que as pistas levam a acreditar.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Ninguém
trabalha o suspense como David Fincher na actualidade. Esta ideia mais ou menos
consensual ganhara força com <i>Millennium 1
– Os Homens Que Odeiam as Mulheres</i> e agora parece inteiramente certa. Com
um argumento adaptado do romance <i>Gone
Girl</i> pelo seu próprio autor, Gillian Flynn, <i>Em Parte Incerta</i> é um <i>thriller</i>
brilhante, meticulosamente filmado com planos, música e montagem exemplares.
David Fincher faz aquilo em que é melhor, mestre de facto, e supera-se a cada
registo. Talvez peque precisamente pela sua menor propensão para o arrojo e
para o diferente, mas quando continua a exibir-se em tão bom plano no seu, face
à expressão, ex-líbris cinematográfico, o único desejo é que continue no seu
caminho por muito tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A abordagem de
David Fincher em <i>Em Parte Incerta</i> mostra
um realizador confiante no seu trabalho e no efeito que causa na sua audiência.
O ritmo do filme pode dar a sensação de uma obra narrativamente parada, por
vezes estagnada, sem uma resolução à vista. Esta artimanha que o realizador
americano emprega, mais perceptível no seu primeiro acto exploratório, serve
para iludir e confundir, baralhando vilão com vítima de forma relaxada enquanto
trabalha personagens e revela a pele de Amy, uma das personagens mais
fascinantes dos últimos tempos. Amy é o centro deste jogo de gato e rato. Há demasiado
tempo que não surgia no grande ecrã uma personagem feminina com a sua
sofisticação e complexidade. Desaparecida e nunca ida, Amy coloca a audiência
em sentido, do seu lado e contra si, manipulando dentro e fora do ecrã a
bel-prazer (e à satisfação de David Fincher).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
À frente das
câmaras, Ben Affleck apresenta-se como um actor completamente redimido,
preparado para papéis de elevada carga dramática, na linha das já excelentes
indicações de <i>Argo</i> e <i>A Cidade</i>. Todavia, é Rosamund Pike quem
sobressai inequivocamente com a espécie de interpretação que marca
incontornavelmente uma carreira. Amy é uma personagem revestida de
complexidade, de uma astúcia assustadora e diabólica. Ver Rosamund Pike
desfolhar lentamente a personalidade misteriosa de Amy é um regalo visual e
mental que poderia prolongar-se por horas. Para a época de prémios que se
avizinha, Rosamund Pike coloca-se arrojadamente na <i>pole position</i>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Uma das
componentes que sobressai em <i>Em Parte
Incerta</i> é a crítica aos meios de comunicação social, à opinião pública e
aos seus viciados e incorrectos <i>opinion
makers</i>. David Fincher deixa clara a sua posição crítica e quiçá o seu
desabafo pessoal. Manipulando o espectador pelo fio condutor e pela câmara
censuradora, transformando-o num <i>opinion
maker</i> da narrativa, força-o a uma curiosa introspecção, a questionar-se se
também assume precoce e erradamente e se cria falsos juízos de valor. <i>Em Parte Incerta</i> partilha a sensação
frustrante do desconhecimento e a sensação ainda mais frustrante de, tendo o
conhecimento, não poder partilhá-lo com quem pode agir a partir dele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Em Parte Incerta</i> coloca ainda o conceito
de amor, pelo menos na óptica de Amy, numa perspectiva desafiante,
pertinentemente indagando o quanto alguém muda ou é mudado pela outra parte,
que expectativas se defraudam e que revolta se cria. É uma visão crua de David
Fincher que, tal como nos seus trabalhos anteriores, não se perfuma de
encantos, mas que importa ponderar. E permitir inquietar enquanto o próximo
momento de puro suspense de David Fincher não chega e a desconcertante música
da dupla Trent Reznor e Atticus Ross se faz escutar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2267998/">http://www.imdb.com/title/tt2267998/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://gonegirlmovie.com/">http://gonegirlmovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/dX1vLxkI5RE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-18747678543043500632014-08-07T19:37:00.001+01:002014-10-17T19:51:55.010+01:00Filme: Guardiões da Galáxia (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcW0dZpWHhDZ2NU1Ppj_a3mw2RctooyHQAcpLdolU8mZyCm99CaGdwBl7I76TWKIWC1GzmMxWJxfSnQSbyJ72NDDtPrsARQMYhN6qvBWsQGfKcP19BNTxx0x-B3hL6vmSXJ4EhLZHKGEIp/s1600/guadians.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcW0dZpWHhDZ2NU1Ppj_a3mw2RctooyHQAcpLdolU8mZyCm99CaGdwBl7I76TWKIWC1GzmMxWJxfSnQSbyJ72NDDtPrsARQMYhN6qvBWsQGfKcP19BNTxx0x-B3hL6vmSXJ4EhLZHKGEIp/s1600/guadians.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Recheado de humor, de surpreendentes
cenários e de um quinteto fora de série liderado por Chris Pratt e Bradley
Cooper, <i>Guardiões da Galáxia</i> emerge
de todas as dúvidas e suspeições como um dos <i>blockbusters </i>mais fortes do Verão
e da Marvel. “<i>I am Groot</i>” veio para
ficar. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Quando a sua mãe morre na sua infância,
Peter Quill (Chris Pratt) é raptado por seres alienígenas de uma galáxia
distante. Peter cresce para se tornar Star-Lord, um temerário fora-da-lei
conhecido e procurado por toda a galáxia. Quando é encarregue de recuperar uma
esfera misteriosa que pode alterar o equilíbrio do universo, Peter junta-se a
Gamora (Zoe Saldana), Rocket (Bradley Cooper), Drax (Dave Bautista) e Groot
(Vin Diesel) para desfazer os planos maquiavélicos de Ronan (Lee Pace) e Thanos
(Josh Brolin). <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Não obstante o
sucesso de bilheteira (e a maioria de crítica) de <i>Homem de Ferro</i>, de <i>Thor</i>,
de <i>Capitão América</i> e de<i> Os Vingadores</i>, a aposta dos estúdios da
Marvel em <i>Guardiões da Galáxia</i>,
adaptação cinematográfica de um conjunto de banda desenhada menos conhecido, é
potencialmente de risco, capaz de se tornar na pedra no sapato do mundo
cinematográfico que o estúdio tem vindo a construir paulatinamente desde 2008.
O conceito desta aposta exige mais capacidade de imaginação e predisposição
para o elemento fantástico que qualquer entrada anterior. Basta constatar a
existência de uma árvore andante e falante (embora o seu vocabulário se reduza
a três simples palavras) e de um guaxinim eloquente e rude, além do sem-número
de planetas, locais e raças que abundam este projecto, para compreender o nível
de abstracção exigido. Tudo parece alinhar-se para transformar <i>Guardiões da Galáxia</i> no derradeiro tiro
no pé… mas não podia ser uma suspeição mais longe da verdade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Incrivelmente
divertido, carregado de acção e de personagens memoráveis, <i>Guardiões da Galáxia</i> é a maior vitória da Marvel até ao momento. Se
este conceito funcionou, qualquer um a que se proponha no futuro funcionará. O
sucesso desta aposta reside totalmente na diversidade e peculiaridade de cada
um dos cinco elementos que compõem os correctamente intitulados Guardiões. A
narrativa não é particularmente intricada ou inteligente; na verdade, segue o
mesmo padrão básico dos restantes títulos da Marvel: um desafio herculano que
exige o total sacrifício dos seus protagonistas e que culmina num capítulo
final ofuscado por acção excessiva e por actos altruístas exageradamente
óbvios. <i>Guardiões da Galáxia</i> não foge
a esta fórmula, que amargamente parece cada vez mais obrigatória e imutável. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Felizmente,
existe Peter Quill, Gamora, Drax, Groot e, estrela da companhia, Rocket para
fazer esquecer a corriqueira narrativa e a ausência de um vilão suficiente e
aceitavelmente ameaçador. Mais do que a sua capacidade para produzir planos
bonitos e cheios de contagiante energia, James Gunn deve congratular-se pela
espontânea e notável união de personagens com idiossincrasias tão próprias, tão
fora do comum, que captura primeiramente no argumento que assina com Nicole
Perlman e posteriormente com a sua imparável câmara<i>. Guardiões da Galáxia</i> é forte quando o foco de James Gunn
permanece no quinteto e fraco quando, por necessidades narrativas pedestres,
foge a ele. Thanos pode muito bem ser o grande vilão do mundo cinematográfico
da Marvel e Ronan, num escalão inferior, um inimigo poderoso; todavia, a
interlocução entre ambos não desperta tanto interesse quanto o filme quer levar
a crer. Nesse aspecto, se se libertasse das exigências <i>marvelianas</i>, <i>Guardiões da
Galáxia</i> poderia perfeitamente ser mais dirigido para comédia e menos para
acção, mantendo a triunfante aposta no humor e na electrizante banda sonora dos
anos 80.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
No que deve
ser o ponto de viragem definitivo da sua carreira, Chris Pratt assume-se como
uma estrela, lembrando um jovem Harrison Ford em <i>Guerra das Estrelas</i>. Aliás, e considerando o enquadramento
galáctico, Peter Quill parece justamente inspirado em Han Solo, esse outro
rebelde e fora-da-lei que também se fazia acompanhar pelos companheiros mais
improváveis. Se Chris Pratt dá a cara e o corpo ao manifesto, Bradley Cooper
apregoa a sua qualidade entregando a voz ao admirável, inconcebível, Rocket.
Zoe Saldana enquanto Gamora, Dave Bautista enquanto Drax e Vin Diesel enquanto
Groot não brilham tanto quanto o duo anterior, mas impressionam o suficiente
para deixar um encanto duradouro, particularmente Vin Diesel com as mil e uma
formas diferentes de proferir “<i>I am Groot</i>”.
O restante elenco apesenta-se em bom plano, com destaque para Lee Pace (e a sua
fabulosa dicção) e John C. Reilly. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Se alguma
lamentação existe relativamente a <i>Guardiões
da Galáxia</i>, para além da narrativa e da exígua vilanagem, é a infeliz
pertença ao restante mundo cinematográfico da Marvel. O potencial desta
adaptação enquanto um início e um fim em si mesma, ao estilo da saga <i>Guerra das Estrelas</i>, é francamente
superior. <i>Guardiões da Galáxia</i> não
precisa de cruzar-se com Homem de Ferro, Thor, Capitão América ou Os
Vingadores. Está num grau acima, numa galáxia distante, rica, colorida e
aventurosa o bastante - e mais ainda - para que continue a existir sozinho, sem
os encontros futuros já anunciados. Leva a dizer “<i>I am Groot</i>”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2015381/">http://www.imdb.com/title/tt2015381/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://marvel.com/guardians">http://marvel.com/guardians</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/XdWyeT1VZrY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-51792563316031526082014-07-30T17:37:00.000+01:002014-07-30T17:37:32.691+01:00Filme: O Homem Mais Procurado (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjptD6uP_s7DZBR1B0HGPdyS6zpuJ6gzsNQn1U23llmIepLUB4TT1krUbd_DkbysN8xdvxufbw04d2wYdA0eEmmPDJzaY9cxbDGzGholHeDmkXCpvr1dFoZs0N19BPClE1VOyFLAPXVuvwy/s1600/wanted.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjptD6uP_s7DZBR1B0HGPdyS6zpuJ6gzsNQn1U23llmIepLUB4TT1krUbd_DkbysN8xdvxufbw04d2wYdA0eEmmPDJzaY9cxbDGzGholHeDmkXCpvr1dFoZs0N19BPClE1VOyFLAPXVuvwy/s1600/wanted.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Meticuloso e imersivo, <i>O Homem Mais Procurado</i> é um magnífico thriller, belissimamente
filmado. Com excelentes interpretações, o destaque recai num dos derradeiros
trabalhos de Philip Seymour Hoffman, novamente brilhante e inspirador, prova do
enorme vazio que deixa na sétima arte. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Issa Karpov (Grigoriy Dobrygin), filho de
pai russo e mãe tchetchena, entra ilegalmente na Alemanha através do porto de
Hamburgo. Issa pretende reclamar a avolumada herança do seu pai deixada no
banco de Tommy Brue (Willem Dafoe) e conta com a ajuda da advogada Annabel
Richter (Rachel McAdams). A chegada de Issa, considerado terrorista pelos
serviços secretos, precipita a investigação alemã de Günther Bachmann (Philip
Seymour Hoffman) e a investigação norte-americana de Martha Sullivan (Robin
Wright) sobre um suspeito financiador de terrorismo. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Adaptado do
romance homónimo do mestre de espionagem John le Carré, <i>O Homem Mais Procurado</i> é um cuidadoso thriller envolvido numa
ambiência construída com um clima de vigilância, desconfiança, intriga e
mistério. A filmagem sub-reptícia do realizador Anton Corbijn, com ângulos de
esguelha e uma câmara inquieta, introduz no espectador a sensação de que é
parte integrante da investigação de Günther, um elemento silencioso, um testemunho
observante da operação, dos elementos e das vontades em jogo. A sensação de
visualizar <i>O Homem Mais Procurado</i>, no
seu apropriado ritmo paulatino, é uma de um acto de <i>binge-watching</i>, quando se visualizam seguidamente, sem pausas,
todos os episódios de uma série televisiva. Em tal acto, o espectador
encontra-se cônscio de que levará tempo para a conclusão da narrativa e de
todas as suas ramificações. Todavia, perfeitamente embrenhado na história e no
estilo, emprega-o a na expectativa de uma caminhada imersiva e entusiasmante.
Nesta maneira, <i>O Homem Mais Procurado</i>
podia durar horas sem importunar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Não dura. Tem obviamente
uma duração cinematograficamente adequada. A forma como agarra e embala o
espectador na sua viagem por um Hamburgo mais clandestino e sombrio, mais pobre
e inseguro, sob os tons da parca iluminação nocturna e da música de suspense, é
encorajadora. O interesse é pelo jogo de poderes à vista entre pessoas,
convicções e agências governamentais, mesmo quando teoricamente aliadas.
Embora, como deixa claro no derradeiro plano do filme, Anton Corbijn coloque o
espectador no banco do passageiro, de simples e neutra testemunha, é
inevitavelmente estabelecida uma fidelidade com Günther e com a sua
investigação. É esta fracção da complexa rede de espionagem que o espectador
quer ver triunfar, mesmo que os destinos de Issa e de Annabel, do outro lado do
puzzle, possam ficar suspensos no ar. Quando a tensão se acumula e atinge o
auge no acto final, todos os destinos e todas as paradas em jogo, a operação de
Günther é aquela que ultimamente se quer ver vencedora. Faz o coração bater
mais rápido ante a tensão crescente e o tropeção que se sente iminente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Talvez parte
desta inflexão para o lado de Günther se deva a Philip Seymour Hoffman. Aliás,
é totalmente mérito da sua qualidade, maior e mais longa do que a própria vida.
A brilhante interpretação de Seymour Hoffman torna a sua morte precoce mais
profunda. Discutivelmente, nunca Seymour Hoffman se apresentou mal no grande
ecrã. É [na sétima arte, permanece imortal] um actor de método incomparável, um
talento de uma geração, absolutamente confiante das suas capacidades
interpretativas. Mesmo quando a narrativa de <i>O Homem Mais Procurado</i> parece estagnar, Seymour Hoffman eleva o
material à sua disposição e inspira o elenco a magníficas interpretações.
Seymour Hoffman nunca deixa nada ao acaso. Enquanto os seus companheiros no
grande ecrã procuram um ar aprumado e arranjado, Seymour Hoffman, com a maior
das naturalidades, ajeita as calças, coça-se, limpa uma orelha. Uma demonstração
de naturalidade tão superior que eleva Seymour Hoffman de um interpretador para
um vivedor. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A resolução de
<i>O Homem Mais Procurado</i> pode deixar
alguma água na boca, mas a forma tentativamente realista que Anton Corbijn
emprega não podia permitir outro desfecho que não um em aparente <i>in medias res</i>. Operações secretas como a
de Günther nunca são um fim em si mesmas, independentemente dos seus sucessos
ou falhanços. Há sempre mais algum jogador em jogo e o fim de uma operação
serve apenas para dar lugar ao começo de outra. <i>O Homem Mais Procurado</i> acompanha a operação de Günther enquanto o
espião tem controlo dos acontecimentos; quando já não está nas suas mãos, já
não interessa sinceramente, nem para a narrativa nem para o espectador.
Qualquer outra tentativa de desfecho poderia ter arruinado o filme; aliás, como
acaba, parece eternizar Günther no seu acto, o que não é senão a homenagem
correcta ao seu intérprete, assim celebrado.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1972571/">http://www.imdb.com/title/tt1972571/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://amostwantedmanmovie.com/">http://amostwantedmanmovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/OhOdCRd4UBI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-10921968784987537262014-07-24T18:24:00.002+01:002014-07-24T18:24:45.779+01:00Filme: A Emigrante (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj45ttTIs9poe1ULWnlitXmvtnpjOJiWsfDHxrqub7iClC_gsABaxhJpPS3JqRUQ2g9hVSBFC2H-cMxlLT0-oEkuwN8EJ70dosjmgI1id61DmWDXm8XZnPKClzGrDFR-iLG0e_7Hnh1017L/s1600/emi.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj45ttTIs9poe1ULWnlitXmvtnpjOJiWsfDHxrqub7iClC_gsABaxhJpPS3JqRUQ2g9hVSBFC2H-cMxlLT0-oEkuwN8EJ70dosjmgI1id61DmWDXm8XZnPKClzGrDFR-iLG0e_7Hnh1017L/s1600/emi.jpg" height="320" width="216" /></a><b>A história de luta e de desespero de <i>A Emigrante</i> é notável. Todavia, a
direcção de James Gray, bem como o sofrível argumento, destroem qualquer
hipótese de tornar <i>A Emigrante</i> num
trabalho excepcional, por maior que o esforço do trio Cotillard- Phoenix-Renner. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>No auge da emigração para os Estados Unidos
da América, Ewa Cybulska (Marion Cotillard), polaca de nascença, é uma das
incontáveis pessoas que procuram uma nova oportunidade de vida do outro lado do
Atlântico. Todavia, a chegada de Ewa à América é tudo mesmo fácil. Quando a sua
irmã é impedida de entrar no país por suspeitas de tuberculose e quando a
dignidade de Ewa é colocada em causa, Ewa recorre à ajuda de Bruno Weiss
(Joaquin Phoenix), e mais tarde à de Emil (Jeremy Renner), para libertar a sua
irmã. No entanto, o caminho de Ewa não será fácil, nem decoroso.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Na teoria, <i>A Emigrante</i> tem todos os ingredientes
para se tornar num filme de época destacável. O elenco é de luxo e de provas
dadas, enquanto a história do sacrifício de uma irmã pela outra, incessantemente
à procura do sonho americano, da segurança e da oportunidade nos anos áureos da
imigração norte-americana parece cativante. Onde é que <i>A Emigrante</i> falha? Embora o ritmo demorado, a música exangue e o
foco incerto sejam razões suficientes para hipotecar a qualidade de qualquer
filme, o mais grave e visível problema de <i>A
Emigrante</i> reside na forma amorfa como James Gray trata a narrativa, que
assina com Ric Menello, estabelecendo compromissos emocionais e morais
demasiado elevados sem permitir o indispensável espaço para a criação de elos
efectivos com as personagens, nomeadamente com a Ewa. Basta apontar qualquer
momento de maior tensão em <i>A Emigrante</i>
e reconhecer a ausência de gravidade para compreender como James Gray falha
redondamente neste capítulo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A montagem que
James Gray permite no seu filme, por sua inteira decisão ou não, obsta momentos
essenciais para a ligação emocional à personagem, ocultando factos relevantes
para a história e para a luta de Ewa. Logo no início de <i>A Emigrante</i>, o espectador é confrontado com a decisão pouco
convencional de progredir sem grande sustentáculo no desenvolvimento da
personagem quando Ewa, para conseguir o dinheiro que garante os melhores
cuidados de saúde à sua irmã, se torna numa dançarina no teatro de Bruno. Neste
momento, em que Ewa se mostra simultaneamente frágil e determinada, James Gray
dá um salto na narrativa, mostrando Ewa já enquanto dançarina em palco. O mesmo
sucede quando Ewa toma o caminho da prostituição. Tais momentos são essenciais
para transformar Ewa e para tornar o seu sofrimento, a sua luta e a sua
redenção mais poderosos aos olhos do espectador, pelo que a sua ausência, mais
do que manifesta, é devastadora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A
desestabilizar <i>A Emigrante</i> do seu
propósito estão também os diálogos sofríveis nos quais nem o próprio elenco
parece depositar confiança. Embora laudável o esforço de Marion Cotillard, de
Joaquin Phoenix e de Jeremy Renner, não deixa de se manifestar desconforto em
cada interpretação, na forma como planos moralmente carregados são compactuados
com discursos pobres e vulgares. Olhando para o produto final, é difícil de
explicar a presença de Marion Cotillard, de Joaquin Phoenix e de Jeremy Renner.
Talvez tenham sido aliciados com a promessa do potencial de <i>A Emigrante</i> e com o currículo do seu
realizador, o mesmo aliciamento que erroneamente levará o espectador ao seu
visionamento. Não está aqui implicado que o espectador reprovará inteiramente o
filme, cujo tem de facto os seus méritos (a caracterização da época, por
exemplo, mostra-se impecável), mas garantidamente não obterá a absorção
cinematográfica que contava ter, uma que, não fosse a forma teatralizada que
James Gray escolhe para transmitir a sua visão, poderia naturalmente ter. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO:</b> 2,5 em 5 estrelas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1951181/">http://www.imdb.com/title/tt1951181/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://weinsteinco.com/films/the-immigrant/">http://weinsteinco.com/films/the-immigrant/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object width="320" height="266" class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/w0HWh_7fJro/0.jpg"><param name="movie" value="https://youtube.googleapis.com/v/w0HWh_7fJro&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="https://youtube.googleapis.com/v/w0HWh_7fJro&source=uds" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-1343611952511555212014-07-18T19:03:00.001+01:002014-07-18T19:05:42.685+01:00Filme: Planeta dos Macacos: A Revolta (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpJu4P_2xvHeauCqt7dkvGDeZSMm46tM5FGO28sjLR9vfCvJCelZDA8ol_4FN6mapF9A9-q-3-us0-b335EsvUANEZNvwRW4-xulZrmxEMvn4bcpJ7bC-eDet8EuvohHZ7XeZxHLQLIftF/s1600/apes.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpJu4P_2xvHeauCqt7dkvGDeZSMm46tM5FGO28sjLR9vfCvJCelZDA8ol_4FN6mapF9A9-q-3-us0-b335EsvUANEZNvwRW4-xulZrmxEMvn4bcpJ7bC-eDet8EuvohHZ7XeZxHLQLIftF/s1600/apes.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Matt Reeves assume a herança de Rupert
Wyatt sem reservas e, melhorando sobre o já convincente <i>Planeta dos Macacos: A Origem</i> em todos os aspectos, cria em <i>Planeta dos Macacos: A Revolta</i> uma
película memorável comandada pela <i>tour de force </i>de Andy Serkis enquanto o
carismático Caesar. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Dez anos após a disseminação do que passou a
ser designado por vírus símio, a população humana encontra-se quase
completamente exterminada. Em São Francisco, onde a propagação do vírus teve
origem num laboratório, Malcolm (Jason Clarke) e Dreyfus (Gary Oldman) lideram
uma pequena comunidade de sobreviventes. Quando é traçado um plano para trazer
independência energética à comunidade, Malcolm aventura-se na floresta de Muir
Woods para reactivar uma barragem. Malcolm dá de caras com o grupo símio
inteligente (resultante do mesmo vírus) que habita o território, liderado pelo
chimpanzé Caesar (Andy Serkis). Caesar mostra-se disponível para ajudar os
humanos, mas nem todos na sua tribo, e o bonobo Koba (Toby Kebbell) em
particular, concordam com a sua abordagem.
<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Depois do
sucesso inesperado em 2011 de <i>Planeta dos
Macacos: A Origem</i>, que tentou o <i>remake</i>
que Tim Burton não conseguiu em 2001 com <i>Planeta
dos Macacos</i>, <i>Planeta dos Macacos: A
Revolta</i> procura ser a rara sequela que melhora sobre o seu predecessor e
lança definitivamente uma saga com pernas para andar. Em todos e mais alguns
aspectos, <i>Planeta dos Macacos</i> está
mais vivo do que nunca. Se, ao contrário de Tim Burton, Rupert Wyatt
compreendeu que a força da saga original, iniciada cinematograficamente em 1968
com a adaptação do romance de Pierre Boulle, se concentrava na raça símia e
menos na raça humana, Matt Reeves vai mais longe, entregando o protagonismo por
inteiro àqueles que, no fim de contas, dão o nome e o mote à saga. O êxito de
Matt Reeves começa por aqui. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A narrativa de
<i>Planeta dos Macacos: A Revolta</i> não
divide humanos e símios em duas fracções epistemologicamente claras. Ambas têm
razões para as suas acções, para as suas confianças e desconfianças. Ambas
querem ter o direito ao seu espaço. A trégua existe; a coabitação tem lugar. Na
sua essência, quando a disputa começa, não acontece por uma questão meramente
territorial, mas por algo tão basilar como a família, a organização social e a
lealdade. Caesar e Malcolm procuram a paz, enquanto Koba e Dreyfus procuram o
conflito. A narrativa sugere que nenhum lado é melhor que o outro, que nenhum
tem mais direito à terra que o outro. A solução passa efectivamente pela
coexistência, pela harmonia; mas é uma solução que esbarrará nos interesses
próprios, de um lado e do outro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Sempre que a
tribo de Caesar figura no grande ecrã, <i>Planeta
dos Macacos: A Revolta</i> fica riquíssimo de informação, de emoção, de
espanto. A forma como a tribo se organizou socialmente e como desenvolveu a sua
própria linguagem após os eventos de <i>Planeta
dos Macacos: A Origem</i> é nada menos que extraordinária. O efeito perde-se
quando o plano desce sobre o que resta em São Francisco da raça humana. Quiçá o
filme dispensaria completamente esta interacção. Talvez seja o passo definitivo
que falta dar na saga, a novidade que Matt Reeves trará num filme sequente. É
um testemunho da indubitável qualidade de Andy Serkis, da Weta e de toda a
produção que tal sensação fique a pairar no ar. Toda a emotividade de Andy
Serkis transpira através de Caesar, mas nunca deixa Caesar de ser o chimpanzé
que deve ser. Andy Serkis domina completamente a arte da <i>motion performance</i>. A força da sua interpretação contagia o
restante elenco símio, com Toby Kebbell enquanto o maquiavélico Koba em
destaque.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Os efeitos
visuais estão de tal forma amadurecidos neste filme que se mesclam incrível e
facilmente com os planos da natureza, com a luz e com a sombra, com os objectos
móveis e imóveis. O primeiro plano do filme, num <i>close-up</i> de Caesar, demonstra de um zás todas as potencialidades. O
pêlo dos símios parece palpável, os movimentos são credíveis. Os estúdios da
Weta provam estar, uma vez mais, na vanguarda da tecnologia. Importa que haja,
do outro lado, um realizador disposto a arriscar e a puxar as barreiras do
improvável. Matt Reeves é esse realizador. O seu trabalho não se deixa
restringir por aquilo que pode ou não ser possível através da <i>montion performance</i>. A sua câmara filma
a acção com a confiança plena de que o efeito visual será concretizável e que o
alto nível de realismo não será colocado em causa. Exemplo da confiança de Matt
Reeves é um plano a 360º capturado em cima de um taque, com o caos total
instalado à volta, mesclando facilmente efeitos práticos com efeitos visuais.
Poderia não ter resultado, mas Matt Reeves nunca parece ter duvidado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Por mais que
espectaculares, os planos de acção não são o trunfo do filme. O trunfo reside
na emoção que Matt Reeves nunca dispensa. Em momentos tão simples mas
incrivelmente comovedores e poderosos como o plano em que o filho mais novo de
Caesar, ainda criança, sobe ao ombro de Ellie, esposa de Malcolm. É este
momento, a par de planos semelhantes, envolvidos na sublime composição de
Michael Giacchino, que coloca <i>Planeta dos
Macacos: A Revolta</i> noutro patamar, inalcançável para tantos <i>blockbusters</i>: num patamar em que efeitos
visuais se colocam quase exclusivamente à disposição da interpretação, da
emoção e da narrativa. Do início ao estilo de <i>2001: Odisseia no Espaço</i> ao fim ao estilo <i>de Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança</i>, <i>Planeta dos Macacos: A Revolta</i> perfila-se entre os melhores
registos de ficção científica. O futuro só pode ser auspicioso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2103281/">http://www.imdb.com/title/tt2103281/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.dawnoftheplanetoftheapes-movie.com/">http://www.dawnoftheplanetoftheapes-movie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/SS2banZiPF8?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-57448045249951693172014-07-10T19:36:00.000+01:002014-07-21T15:46:27.210+01:00Filme: Agentes Universitários (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYMl5u-SbmdimzKKWPqpW7n8PYsHsNGWfIZzHge5EjtUhD4m5hFQjUUl9bU-TNbsUuCQrVfrLE_X5v390vsELszT54F2uJPoeT4e_RN0ZnZMx6P3VZjm09mX82MAJ2PHqKEFHQAj7sTohU/s1600/22+jump.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYMl5u-SbmdimzKKWPqpW7n8PYsHsNGWfIZzHge5EjtUhD4m5hFQjUUl9bU-TNbsUuCQrVfrLE_X5v390vsELszT54F2uJPoeT4e_RN0ZnZMx6P3VZjm09mX82MAJ2PHqKEFHQAj7sTohU/s1600/22+jump.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Embora num <i>setting</i> diferente, mas com uma narrativa semelhante, <i>Agentes Universitários</i> é uma cópia de carbono quase perfeita de <i>Agentes Secundários</i>, o que não impede humor e diversão q.b. A inovação é escassa, mas a dupla Jonah Hill e Channing Tatum compensa satisfatoriamente. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Após o sucesso da sua missão à paisana numa escola do secundário, Jenko (Channing Tatum) e Schmidt (Jonah Hill) pensam que as suas carreiras na polícia só podem ascender. Quando a sua mais recente missão falha redondamente, Jenko e Schmidt regressam a Jump Street e são enviados numa nova missão à paisana, desta feita para a universidade, onde Jenko se torna num popular jogador de futebol americano e Schmidt se envolve com uma jovem artista. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Assim como o seu predecessor, <i>Agentes Universitários</i> caminha uma linha ténue entre a comédia inteligente e a comédia ao desbarato. Em <i>Agente Secundários</i>, a narrativa caminhava sobre esta linha com equilíbrio, combinando o humor de circunstância com o humor físico da acção alienada. Para o melhor e para o pior, <i>Agentes Universitários</i> repete tal-qualmente a fórmula, sem qualquer adição ou subtracção de maior, mudando apenas o cenário do seu ensaio. O secundário ficou para trás e Jenko e Schmidt, após mais uma missão inicial desastrada, voltam à <i>taskforce</i> <i>Jump Street</i> – agora no número 22 (o número 21 voltou para os seus antigos donos e o número 23 pode ficar vago em breve) – e são enviados à paisana para a universidade para investigar uma nova e perigosa droga que faz furor entre os estudantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A partir deste momento, <i>Agentes Secundários</i> parece querer transformar-se num <i>American Pie</i> refinado, repescando toda a folia do género universitário mas sem nunca enveredar pelos habituais carnavais desgovernados. Afinal, a narrativa continua a tratar-se, na mais ínfima das suas essências, de uma investigação policial. É esta investigação policial que faz com que o filme mantenha os pés assentes na terra quando parece prestes a descambar ravina abaixo, quando por momentos mais longos do que o que seria saudável o espectador se esquece completamente da premissa da história e se questiona, por exemplo, se Jenko poderá tornar-se numa estrela de futebol, ou se Schmidt poderá desenvolver uma relação com Maya. <i>Agentes Universitários</i> não é, todavia, totalmente alheio a este efeito. Emprega-o, aliás, para proporcionar a situação mais hilariante e memorável de todo o filme, envolvendo Schmidt e Maya - uma situação que coloca toda a audiência em polvoroso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Enquanto esta ocasião de total hilaridade, pelo seu carácter de surpresa, revigora o visionamento de <i>Agentes Universitários</i>, outras, pelo seu carácter de repetição, desgastam-no rapidamente. Exemplo desta dicotomia é a piada recorrente sobre a relação entre Jenko e Schmidt. O diálogo e a forma como interagem com terceiros quer apontar ao espectador a ideia de que os dois agentes são um casal, parceiros no sentido estrito. A primeira vez em que tal é sugerido é admissivelmente engraçado, mas a sua desnecessária e por vezes inoportuna recorrência desgastam velozmente o seu efeito cómico. Por outro lado, a ausência de um antagonista sério e credível coloca pressão excessiva no resultado do desenvolvimento da relação entre os dois agentes. É certo que o conceito de <i>Agentes Universitários</i> e de <i>Agentes Secundários</i> vive da camaradagem entre os seus protagonistas; todavia, nada impediria a existência de uma força contrária presente e ameaçadora o suficiente que colocasse pressão e pedisse sagacidade e soluções hilariantes. A forma como, no acto final, o real narcotraficante cai do céu é um testemunho desta lacuna.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A química entre Jonah Hill e Channing Tatum continua a dar provas do valor da nova geração de comediantes de Hollywood. Hill tem estado pelo papel dramático, enquanto Tatum se perdura no papel de acção. <i>Agentes Universitários</i> mostra que a veia cómica é forte tanto em Hill como em Tatum e que se mantém um trunfo para as suas carreiras em crescendo. Nota para a interpretação de Ice Cube, com uma prestação muito mais segura que a anterior. A realização da dupla Phil Lord e Christopher Miller segue as linhas orientadoras de <i>Agentes Secundários</i>, não inovando muito mais do que já tinham alcançado anteriormente, notando-se porém, particularmente no último acto, os frutos de um orçamento superior. Não será, contudo, pelo orçamento superior que <i>Agentes Universitários</i> atrairá o seu público. Fá-lo-á com comédia e os bons momentos de descontracção… e, nesse sentido, não obstante as suas falhas, o filme garante que o prometido é devido. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 3,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2294449/">http://www.imdb.com/title/tt2294449/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.22jumpstreet-movie.com/">http://www.22jumpstreet-movie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer: <o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/HZYWwi_c-sw/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="https://youtube.googleapis.com/v/HZYWwi_c-sw&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="https://youtube.googleapis.com/v/HZYWwi_c-sw&source=uds" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-8361342535525280232014-07-02T21:09:00.000+01:002014-07-02T21:09:13.700+01:00Filme: Draft Day: Dia D (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsgsvr9D8QDAUxLDLVUpEhiLWb_XOVGzstWvqYp1qlzeErzBHHIBrHa9NyK9uUOmsvopYy2odWO_1HYlXH4ly9E_drIDWJvFXa3f9z06ZjN0CW0J4qdQJt3T0CLt5M_HuDSDpcDkmC3O-u/s1600/draft.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsgsvr9D8QDAUxLDLVUpEhiLWb_XOVGzstWvqYp1qlzeErzBHHIBrHa9NyK9uUOmsvopYy2odWO_1HYlXH4ly9E_drIDWJvFXa3f9z06ZjN0CW0J4qdQJt3T0CLt5M_HuDSDpcDkmC3O-u/s1600/draft.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Embora recupere bem do seu forte apoio nas
noções de futebol americano na parte inicial, <i>Draft Day: Dia D</i> nunca se afirma completamente como um drama nas
suas próprias condições e termos, condicionado pelo alcance curto da sua
insuficiente premissa. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Sonny Weaver Jr. (Kevin Costner) é o
Director Geral dos Cleveland Browns. Quando o dia do sorteio de novatos da NFL,
a Liga Nacional de Futebol Americano, chega, Sonny tem que escolher entre a
tradição e a novidade para fazer nascer a sua visão para o clube, mesmo que tal
signifique abdicar da sua posição na estrutura. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A premissa de <i>Draft Day: Dia D</i> não apelará muito ao
espectador português, não habituado ao futebol norte-americano e ainda menos
aos seus complicados processos de selecção e de transferência de jogadores.
Nestes processos inclui-se o amplamente publicitado <i>Draft Day</i>, um dia longo em que os melhores jogadores das
universidades americanas têm a possibilidade de ingressar no futebol
profissional, directamente numa das equipas de topo. A condição-mor é que estes
aspirantes a estrelas não podem escolher a equipa de destino, ficando a
aguardar o resultado de um sorteio que literalmente dita a sua carreira. Por
seu lado, as equipas profissionais podem apenas escolher os seus <i>rookies</i> por uma ordem de sorteio
pré-determinada. Naturalmente, quanto mais acima no sorteio maiores as
hipóteses de ficar com as melhores promessas do futebol norte-americano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Draft Day: Dia D</i> gira em torno deste
evento, apresentando uma versão fictícia da equipa Cleveland Browns à procura
de escapar à pesada sombra das conquistas passadas. Guiada pelo Director Geral
Sonny Weaver Jr., que procura fugir à reputação do seu recentemente falecido
pai, os Cleveland Browns podem apenas escolher o seu <i>rookie</i> em sétimo lugar. Tudo muda quanto Sonny recebe uma proposta
inesperada dos Seattle Seahawks para uma troca no sorteio, uma proposta com
riscos que poderá dar aos Cleveland Browns Bo Callahan, o <i>rookie</i> mais bem cotado dos últimos tempos. Contrariando a vontade
de toda a equipa, Sonny aceita a proposta dos Seattle Seahawks; todavia, quando
começa a analisar Bo Callahan mais detalhadamente, Sonny começa a hesitar. A
sua escolha, sob muita pressão, fica em dúvida até ao derradeiro instante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A parte
inicial de <i>Draft Day: Dia D</i>, mais
carregada na linguagem e na cultura futebolística norte-americana, é difícil de
acompanhar. O filme quase que se perde nesta tão importante fase primordial.
Conforme a narrativa se despe do seu desnecessário “complicómetro” e começa a
expor bem as posições e as vontades de todos os seus intervenientes, o filme
recobra-se, torna-se mais vivo e mais apelativo, embora fique sempre muito
aquém de ser tornar num drama rico e relevante. Parte do recobro explica-se nas
questões familiares de Sonny que se intercalam com as questões desportivas.
Sonny deixa de ser apenas um Director Geral com um pensamento analítico e fica
claro que a sua escolha será completamente emocional, assente no seu <i>gut feeling</i>. Kevin Costner desempenha
esta faceta com mais à-vontade, redimindo-se de algum desencaixe no carácter
autoritário da sua personagem. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Tecnicamente,
a realização de Ivan Reitman é segura. As transições entre planos e a
sobreposição de personagens e cenários é uma escolha curiosa e conseguida. Ivan
Reitman não consegue, contudo, revitalizar suficientemente o argumento de Rajiv
Joseph e de Scott Rothman. <i>Draft Day: Dia
D</i> nunca se torna no thriller que às vezes parece querer tornar-se; seria
como um gato querer correr como um tigre. À parte de um momento de inspiração
na recta final do filme, em que o plano e o génio de Sonny Weaver Jr. se
revela, a narrativa é fracamente incisiva, quiçá não por falta de talento dos
seus responsáveis mas por verdadeiramente não haver muito mais para dizer sobre
um sorteio de futebol. Nem <i>Draft Day: Dia
D </i>é um mau filme, nem a sua realização ou as suas actuações são más;
simplesmente, a história não é atractiva ou memorável o suficiente. Falta sumo.
Ou melhor, falta fruta para fazer sumo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 2,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2223990/">http://www.imdb.com/title/tt2223990/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.draftdaythemovie.com/">http://www.draftdaythemovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/FKAey5T20q0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-54191107588359588012014-06-12T19:30:00.000+01:002014-06-13T15:02:11.857+01:00Filme: Só os Amantes Sobrevivem (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggjGATE0soK9sPyMq-YBW9WSoIb4IZUlZktALAZoa1WbzKRRZzBorO6yZ2J6tgC7mrMhJgFf0_0AnDH2kDwZe0-yJ2jbz4VIHZXp4cg-9ecTDYE9tHVsszrIh7eKgn9_FgccfC0WxXDpVy/s1600/so+os.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggjGATE0soK9sPyMq-YBW9WSoIb4IZUlZktALAZoa1WbzKRRZzBorO6yZ2J6tgC7mrMhJgFf0_0AnDH2kDwZe0-yJ2jbz4VIHZXp4cg-9ecTDYE9tHVsszrIh7eKgn9_FgccfC0WxXDpVy/s1600/so+os.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Jim Jarmusch escreve e realiza <i>Só os Amantes Sobrevivem</i> com inflexão filosófica e com pertinente comentário cultural em que o vampirismo é um adorno de requinte. Tom Hiddleston e Tilda Swinton, com uma química agradável, apresentam-se em grande plano.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Adam (Tom Hiddleston) e Eve (Tilda Swinton) são dois vampiros, antigos amantes, que voltam a reencontra-se nos tempos actuais. Adam vive de forma recôndita em Detroit, produzindo música que, assim como ele, nunca chega a conhecer a luz do dia, enquanto Eve se dedica a explorar e a conhecer o mundo. Quando regressam um ao outro, Adam e Eve despoletarão no reverso sentimentos antigos e sentimentos novos. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O apelo de <i>Só os Amantes Sobrevivem</i> não é pronunciado e pouco permite discorrer, categoricamente, sobre o género desta história. Categorizar <i>Só os Amantes Sobrevivem</i> é um exercício em vão, porquanto o argumento de Jim Jarmusch, que também o concretiza, não se cinge a uma estrutura narrativa regular. A realização aparentemente metódica esconde uma realidade sobejamente mais interessante, em que a humanidade, <i>zombificada</i> aos olhos dos nossos vampiros, é alvo de crítica e de censura. Para Adam, que parece ter tido uma certa influência na produção de algumas das maiores figuras da história, de escritores a compositores, a humanidade revelou-se sucessivamente incapaz de se apropriar correctamente das melhores mentes e das melhores ideias, optando por soluções comparativamente mais fracas e sem potencial. Na desertificação de Detroit, outrora a cidade do motor, do fordismo e o pulmão da produção norte-americana, Adam vê senão com dissabor que a humanidade se encontre em fase de plena decadência e de algum obscurantismo, onde a única coisa que parece ressalvar-se sem sobremaneira é a música, por sinal a sua paixão-mor. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Adam teme igualmente a influência que a decadência da humanidade, dos seus mal-amados zombies, está a ter na sua espécie. Quando Ava, irmã de Eve, surge inopinadamente de Los Angeles, antro de aliteracias, Adam reconhece toda a inconsequência e falsa despretensão que aflige a humanidade – e que até contaminou o seu outrora nutritivo sangue. No decurso da sua avidez, Ava destrói toda a música e todo o espólio musical de Adam, que perde a sua fé e se vê, enfim, derrotado pelos tempos. Eve parece mais disposta a aceitar a mudança e a empreendê-la quando necessário. A vampira, que tem a capacidade de saber a idade e a origem de tudo o que toca, sabe que tudo tem o seu tempo e o seu lugar no desenrolar dos acontecimentos. Até mesmo a sua espécie imortal. Para Eve, as contrariedades de Adam não são uma fatalidade, mas antes uma oportunidade para tomar um novo caminho, para voltar a influenciar a humanidade – quanto não seja para tornar o seu sangue novamente puro. Eve sabe que a herdança cultural a que Adam tanto se agarra não está completamente perdida; reside noutros cantos, cantos como Tânger, num simples bar de rua.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O mérito de Jim Jarmusch reside na forma como despe esta história de vampiros de todos e quaisquer corriqueirismos. <i>Só os Amantes Sobrevivem</i> é uma narrativa refinada, culturalmente ciente e rica. Embora Jim Jarmusch mantenha o espectador no escuro quanto ao propósito e ao destino da sua história, a sombra narrativa, bem à maneira do ambiente noctívago do vampirismo, não abomina nem aflige. É cativante. Tom Hiddleston e Tilda Swinton afincam-se às suas personagens com dedicação inabalável. Tom Hiddleston entrega ao seu Adam a compleição de um músico torturado, enquanto Tilda Swinton transforma lentamente Eve numa vampira fascinante e misteriosa. A caracterização dos dois amantes, com os penteados insurrectos, as roupas fora de época e os marcantes óculos escuros, é um ponto de relevo. A selecção musical a cargo da banda SQÜRL, do próprio Jim Jarmusch, combinada com a música original de Jozef van Wissem, cria a aura estética que definitivamente torna <i>Só os Amantes Sobrevivem</i> numa experiência imersiva. A visualização do filme requer o comprometimento total do espectador, particularmente na parte inicial em que o ritmo, que nunca é propriamente ágil, demora a arrancar. Todavia, se o espectador estiver disposto, poderá dar por si mordido e transformado pela experiência. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1714915/">http://www.imdb.com/title/tt1714915/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://onlyloversleftalivefilm.tumblr.com/">http://onlyloversleftalivefilm.tumblr.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/PDOIZwgqr3Y?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-89985547413173206512014-06-05T19:05:00.000+01:002014-06-29T14:53:59.610+01:00Filme: Maléfica (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGPMxUq29y9VE3MAC6uAlP5pJWJAtMcQ_yffuLfWqxtMW2wB14TDxojtM8vZF9PWU34F23WYiyiNv09be15lkNABapig_a44i3V9nMf9z45QLiNCB-FlX0G36omUXy5hWa3sUimowuW-Ew/s1600/maleficent.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGPMxUq29y9VE3MAC6uAlP5pJWJAtMcQ_yffuLfWqxtMW2wB14TDxojtM8vZF9PWU34F23WYiyiNv09be15lkNABapig_a44i3V9nMf9z45QLiNCB-FlX0G36omUXy5hWa3sUimowuW-Ew/s1600/maleficent.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Embora amaldiçoado por efeitos visuais em
excesso, <i>Maléfica</i> consegue
transformar um conto clássico numa história fresca e viva, pontualmente
deslumbrante, com Angelina Jolie absolutamente enfeitiçadora</b>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>A fada Maléfica (Angelina Jolie) vive em
Moors, uma terra recheada de criaturas mágicas que faz vizinhança com um reino
humano. Quando o humano Stefan (Sharlto Copley) trai Maléfica para se tornar
rei, a fada decide protege Moors a todo o custo e vingar-se de Stefan com uma
maldição sobre Aurora (Elle Fanning), a princesa recém-nascida. Com os anos,
Aurora revela-se muito diferente do que Maléfica esperava, mas pode ser demasiado
tarde para corrigir o seu erro. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Depois de <i>Alice no País das Maravilhas</i> em 2010 e
de <i>A Branca de Neve e o Caçador</i> em
2012, a Disney continua em 2014 a sua aposta na conversão para carne-e-osso dos
seus clássicos de animação com <i>Maléfica</i>.
A história de Bela Adormecida é quiçá um dos contos de fada mais conhecidos, um
que a versão de animação da Disney de 1959 reproduz fielmente. Nesta versão de
carne-e-osso, o realizador estreante Robert Stromberg assume sem medo a
introdução de uma reviravolta na famigerada história. Maléfica, a personagem,
uma das vilãs mais icónicas dos contos de fada, não é em <i>Maléfica</i>, o filme, a representação maligna que lhe atribuímos.
Mostra-se capaz do melhor e do pior, da bondade e da tirania, da vingança e da
justiça. As reacções e os diferentes estados de Maléfica provam que a sua alma
é intrinsecamente humana, fadada a comportar-se por impulso e pelo momento,
característica que a torna mais relacionável com o público.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Esta dicotomia
entre o heroísmo e a maleficência mostra a tendência recente para colocar em
campo cinzento os tradicionais heróis e vilões. Por um lado, sugere que a
bravura e a bondade não são tão fáceis de atingir quanto os contos clássicos
fazem crer; por outro, aponta para as oportunidades de redenção ao alcance de
todos. Embora a indefinição deste campo cinzento crie complexidade numa
história de campos simples – o Bem e o Mal –, <i>Maléfica</i> mantém simplicidade na sua narrativa; afinal, parte do seu
público-alvo, se não todo, é o mais jovem. Talvez por essa razão, <i>Maléfica</i> nunca chega a ser tão negro
quanto alguns momentos sugerem que possa vir a ser e o humor abunda muito mais
do que se imaginaria (maioritariamente indexado às três fadas-madrinhas da
Princesa Aurora). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A reviravolta
na história amplia a utilidade desta versão de Robert Stromberg, mas ajuda (ou,
melhor, importa sobejamente) que no papel principal esteja Angelina Jolie. Da
dicção suave e enternecedora ao tom ameaçador e endiabrado, Jolie veste a pele
de Maléfica com uma interpretação assinalável. É a mais-valia do filme e
eventualmente a principal razão para a sua visualização. Os efeitos visuais à
volta de Jolie não são imersivos o suficiente para lhe reduzir o destaque, mas apresentam-se
excessivamente trabalhados para as necessidades da narrativa. Robert Stromberg
tem uma experiência longa enquanto artista de efeitos visuais e director de
arte em filmes como <i>Avatar</i>, <i>Alice no País das Maravilhas</i> e <i>Oz – O Grande e Poderoso</i>; a influência
de tais projectos é aqui evidente. A região mágica de Moors, com as suas
criaturas fascinantes, é deslumbrante e encantadora, mesmo no período mais
negro que procede a fase obscura de Maléfica; o reino humano, por outro lado, é
menos surpreendente e simpático, parecendo, curiosamente, mais artificialmente
fabricado (o CGI nos grandes planos do castelo do Rei Stefan é indesejavelmente
óbvio). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Robert
Stromberg procura com alguma religiosidade provocar o conflito e o momento de
acção, onde o seu talento pode ser exponenciado. Todavia, são os instantes pausados
e ternos, envolvidos na bonita orquestra de James Newton Howard, que vendem esta
adaptação. Toda a infância da Princesa Aurora reflecte esta sensação: Maléfica
torna-se empática, a narrativa torna-se pela primeira vez envolvente e há até
espaço para Vivienne, filha do casal Jolie-Pitt, brilhar. Capaz de entreter
miúdos e graúdos, <i>Maléfica</i> só não é excepcional
porque Robert Stromberg teme tratar a sua câmara com a devida meiguice.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 3,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1587310/">http://www.imdb.com/title/tt1587310/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://movies.disney.com/maleficent">http://movies.disney.com/maleficent</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/hGjql8LrmV8?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-43985971682584997182014-05-30T20:10:00.000+01:002014-05-30T20:10:17.949+01:00Filme: No Limite do Amanhã (2014)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFg2TSjTExRwBBGUABmLPeJU861rOIKF-y38U_o1oEunobxcqZ_2mDYCZX4bvv7oGiVzqAJOg2WE0EO1t3D9GOXHjCT07WSv5dUv_aVw1yPXX1N98j2Sp6HfhogHSlfRKNIbMd91Xklwl1/s1600/edge.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFg2TSjTExRwBBGUABmLPeJU861rOIKF-y38U_o1oEunobxcqZ_2mDYCZX4bvv7oGiVzqAJOg2WE0EO1t3D9GOXHjCT07WSv5dUv_aVw1yPXX1N98j2Sp6HfhogHSlfRKNIbMd91Xklwl1/s1600/edge.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>O acto final banaliza-se e desilude, mas
não retira hombridade a <i>No Limite do
Amanhã</i>, um filme maioritariamente capaz e perspicaz com uma premissa
capciosa. Tom Cruise e Emily Blunt fazem uma agradável dupla. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Invadida por uma misteriosa raça alienígena que
ameaça varrer tudo da face da Terra, a raça humana une-se para criar uma frente
militar comum contra o inimigo. Após cinco anos de luta, e com a Europa à beira
da derrota, surge a primeira conquista e a primeira esperança. Quando o Major
William Cage (Tom Cruise) é surpreendentemente enviado para a frente de batalha
e captura o poder da raça alienígena para voltar atrás no tempo, a esperança
pode transformar-se na vitória final. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>No Limite do Amanhã</i> desenvolve a sua
premissa com inteligência e astúcia, refreando-se dos esclarecimentos e
exposições recorrentes que não raras vezes retiram mérito e sagacidade ao
género. <i>No Limite do Amanhã</i> explica
cada uma das suas particularidades apenas uma vez, e apenas uma vez basta para
que avance na sua história sem a sensação de repetições excessivas e
fastidiosas. Note-se que é de repetições que se constrói a premissa; o
realizador norte-americano Doug Liman tudo faz para evitar, dentro da premissa
da repetição, repetir-se. Neste aspecto, No Limite do Amanhã é exímio,
mostrando uma perspicácia notável e uma montagem engenhosa. Num mise-en-scène
em que dominam grandes planos de acção, o apreço pelo detalhe e pela lógica
tornam <i>No Limite do Amanhã</i>
excepcional. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Com humor e
momentos dedicados às personagens à mistura, a história, adaptada da série
japonesa de <i>light novels All You Need Is
Kill</i> de Hiroshi Sakurazaka, avança a bom ritmo sem sobressaltos. A
inspiração de filmes como <i>O Feitiço do
Tempo</i> ou <i>Looper – Reflexo Assassino</i>
é óbvia. Do primeiro, <i>No Limite do Amanhã</i>
retira a coerência e o <i>timing</i>,
enquanto da segunda retira a lógica científica e a vassalagem dos planos de
acção ao enredo. Parece também haver um aceno a <i>Matrix</i>, com as criaturas alienígenas a lembrar as máquinas
assassinas que ameaçam Zion no capítulo final da trilogia dos irmãos Wachowski.
Lamentavelmente, <i>No Limite de Amanhã</i>
parece ser atingido por um raio de banalidade e falta de criatividade à entrada
do último acto. Qualquer inovação e sagacidade que existissem são trocadas por
uma sequência de acção insonsa e redundante, revelando alguma preguiça da parte
de Doug Liman e dos argumentistas Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e
John-Henry Butterworth para concluir a história com a mesma esperteza e
consideração dos actos anteriores. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Este
indiscutivelmente inferior acto final impede <i>No Limite de Amanhã</i> de ser tornar verdadeiramente memorável. Não
transforma o num mau filme, mas impede-o de se transcender. Embora Doug Liman
falhe reconhecer o potencial da narrativa e tome as escolhas erradas para a
conclusão do seu trabalho, a sua realização é maioritariamente segura e
bem-intencionada, com um equilíbrio saudável entre o elemento humano e o
elemento de ficção científica. Depois de um menos sucedido e olvidável <i>Esquecido</i>, Tom Cruise surge <i>No Limite de Amanhã </i>em melhor forma
(quiçá motivado pelo incrivelmente apetrechado exosqueleto), ou pelo menos com
maior compromisso, ao lado de uma inspirada e graciosa Emily Blunt, a britânica
transformada no trunfo do filme. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Além de um
acto final menos conseguido, o epílogo de <i>No
Limite de Amanhã</i> lança incertezas sobre a lógica da narrativa, acto
derradeiro que é marcadamente desnecessário e evitável. No que ao género da
ficção científica diz respeito, o filme fica muito perto de ser uma lufada
fresca e revigorante. Não atinge a plenitude da sua promessa, mas surpreende
assaz para merecer a sua visualização.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 3,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1631867/">http://www.imdb.com/title/tt1631867/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.edgeoftomorrowmovie.com/">http://www.edgeoftomorrowmovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/incHADqxDeA?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-67953453697306122992014-05-22T21:01:00.001+01:002014-05-22T21:01:40.305+01:00Filme: X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgkbWvDOElj7Cg_G-4UTJL1Mkg6cl0O2AtrxzabSJ4vh_V8TYjDrnKyUJZlbvjn7Tsqfq5pq1nMitvNlRu4veqMkC459Jz2giLNEIhaa00L8lzLnkUtP5O-XkJdQq-JWSeqKW1v6OwjVBv/s1600/xmendiasfuturoesq_poster_f2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgkbWvDOElj7Cg_G-4UTJL1Mkg6cl0O2AtrxzabSJ4vh_V8TYjDrnKyUJZlbvjn7Tsqfq5pq1nMitvNlRu4veqMkC459Jz2giLNEIhaa00L8lzLnkUtP5O-XkJdQq-JWSeqKW1v6OwjVBv/s1600/xmendiasfuturoesq_poster_f2.jpg" height="320" width="222" /></a><b>Bryan Singer regressa ao mundo de <i>X-Men</i> com um capítulo maioritariamente
enérgico e entusiasmante com uma extensa parada de personagens e caras
conhecidas, pecando por uma definição pouco clara do seu antagonista e por
alguns momentos caóticos. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Num futuro distópico, a raça mutante
encontra-se perto da exterminação às mãos de Sentinelas, robôs criados para
identificar e eliminar o gene mutante. Os X-Men, liderados por Magneto (Ian
Mckellen) e pelo Professor X (Patrick Stewart), são o último ponto de resistência,
mas a guerra está perto de ser perdida. A consciência de Wolverine (Hugh
Jackman) é enviada para o passado para reverter o futuro, passado em que os
jovens Magneto (Michael Fassbender) e Professor X (James McAvoy) se encontram
de costas voltadas.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Quando o
género cinematográfico da acção baseada em super-heróis de banda-desenhada
ainda não era a galinha dos ovos de ouro que hoje incontestavelmente é, nem se
legitimava como um de alguma qualidade, Bryan Singer surpreendeu em 2000 com <i>X-Men</i>, o primeiro filme de uma saga cada
vez maior que fez reemergir o género. Após um segundo filme, e enquanto o
género florescia, Bryan Singer e a saga seguiram caminhos opostos. Famosamente,
Singer tentou sem sucesso reavivar Super-Homem, enquanto a saga de <i>X-Men</i> pareceu perdida após <i>X-Men: O Confronto Final</i>, ambos em 2006.
Contribuindo posteriormente como argumentista para <i>X-Men: O Início</i>, a prequela para o seu original de 2000 que
pretendeu injectar a saga com frescura e vida, Singer regressa agora em pleno
com a realização de <i>X-Men: Dias de Um
Futuro Esquecido</i>. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Nesta
sequela/prequela, Singer reúne o melhor de <i>X-Men</i>
original e de <i>X-Men: O Início</i>, onde o
elemento agregador é nada mais nada menos que a personagem mais conspícua e
carismática de toda a saga, o Wolverine de Hugh Jackman. Através dos olhos de
Wolverine, a existência paralela das personagens de <i>X-Men</i> original com as de <i>X-Men:
O Início</i> não se torna confusa nem pesada. A premissa da narrativa é
simples: corrigir o passado para evitar o futuro. Todavia, tal como acontecera
em <i>X-Men: O Início</i>, a narrativa é
mais ambiciosa do que a mera premissa, integrando acontecimentos históricos
como o assassinato de JFK e a guerra do Vietnam (Nixon também está presente!),
bem como os referentes sentimentos de desconfiança e revolta. A ambiência
funciona para lançar um véu de suspeita governamental sobre a raça mutante e a
criação do programa de Sentinelas que no futuro mudará drasticamente a face do
mundo. Embora a reacção governamental à raça mutante faça sentido, a motivação
de Bolivar Trask, que serve de antagonista da história, carece de uma
explicação lógica e credível. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A realização
de Bryan Singer transparece todo o seu entusiasmo por voltar a ditar o caminho
da saga. Mais do que nunca, Singer parece no domínio de todo o universo de <i>X-Men</i>, de todas as suas
particularidades, potencialidades e limitações, combinando acção vibrante com
humor aguçado e momentos de carácter. Singer controla-se relativamente bem no
acto final, não exagerando na acção desmiolada de que padece o género. Alguns
dos seus planos, como um que envolve o poder de velocidade de Quicksilver,
ficam no olho. O elenco de <i>X-Men: Dias de
Um Futuro Esquecido</i> é vastíssimo, com o maior destaque para Hugh Jackman e
Jennifer Lawrence; entre <i>cameos</i> e
representações menores, algumas personagens perdem-se na amálgama de caras
conhecidas, mas para os fãs mais acérrimos qualquer vislumbre é um bónus. Mais
inquietante para estes fãs serão algumas discrepâncias assinaláveis na
cronologia dos eventos da saga. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Não sendo
perfeito, <i>X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido</i>
é uma lufada revigorante numa saga de altos e baixos. Bryan Singer consegue com
a narrativa restaurar a continuidade no mundo de <i>X-Men</i>, abrindo alas para novos capítulos, com composições de elenco
distintas. A sequela, <i>X-Men: Apocalypse</i>,
já está assegurada, mas é provável que desta história resultem outras
ramificações. Se continuar entregue a Bryan Singer, o mundo cinematográfico dos
mutantes está salvaguardado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 3,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1877832/">http://www.imdb.com/title/tt1877832/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.x-menmovies.com/">http://www.x-menmovies.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer: <o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/CuwWTN20HLA?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-40306608667601214162014-05-14T18:44:00.001+01:002014-05-14T18:44:46.453+01:00Filme: Godzilla (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnkVGS18jwjmeJKJzGVbtExttnzaHnnm9r_WUveYaM-gtzI6zKLTRWaPohy6pgSn3dppu2WeMb2wQv0HzB1JQ0bkHbStOtERJ0IQeryeB_d28D12c4BOXud7SJoinMKIU3H4-kj-l_Q66Z/s1600/godzilla.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnkVGS18jwjmeJKJzGVbtExttnzaHnnm9r_WUveYaM-gtzI6zKLTRWaPohy6pgSn3dppu2WeMb2wQv0HzB1JQ0bkHbStOtERJ0IQeryeB_d28D12c4BOXud7SJoinMKIU3H4-kj-l_Q66Z/s1600/godzilla.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Nem sempre um <i>reboot</i> é feito com o mérito e o respeito devido, mas <i>Godzilla</i>, de 2014, caminha tranquila e
altivamente com um trabalho carregado de suspense e criaturas assombrosas, onde
<i>gojira</i> figura majestosamente, pecando
apenas por um arranque desastroso e por personagens banais. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Em 1999, nas Filipinas, numa escavação
mineira de urânio, duas grandes estruturas biológicas designadas por MUTOs são
acidentalmente descobertas. Uma das estruturas desmorona-se e algo sai lá de
dentro, alojando-se numa central nuclear no Japão onde o engenheiro Joe Brody
(Bryan Cranston) é forçado a uma acção de sobrevivência. Quinze anos mais
tarde, Joe continua a investigar o incidente na central nuclear e confidencia
ao seu filho Ford (Aaron Taylor-Johnson) que um monstro pode ter sido o
responsável. Joe e Ford mal adivinham que se encontram à beira de uma batalha
pré-histórica entre MUTOs e o lendário gojira. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Saído de
filmes de série B, Gareth Edwards entra directamente na produção de um grande
blockbuster com determinação e vontade inabaláveis. O seu desafio não é para
menos: renovar o Rei dos Monstros com um ar mais actual, mais imponente e
aterrador. Gareth Edwards mostra-se à altura do desafio. Quando <i>gojira</i> surge finalmente do mar,
gigantesco e majestoso, sob um rugido temível em crescendo, o trabalho do
realizador britânico, pelo menos no que diz respeito ao seu primeiro desafio,
parece completo e triunfante. Criado pelos “mágicos” da Weta, que mais
recentemente foram responsáveis pela maravilhosa criação de Smaug – O Terrível
no segundo filme da trilogia <i>O Hobbit</i>,
<i>gojira</i> é a verdadeira estrela do
filme e a única que, numa narrativa com tantas personagens humanas, quiçá
honestamente interessa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A principal
preocupação neste <i>reboot</i> é o tempo
que Gareth Edwards desperdiça em narrativas de teor secundário a que dá
excessivo destaque. É naturalmente importante criar emoção e expectativa
através dos olhos de personagens que o espectador conhece e pelas quais se
preocupa, aumentando o efeito de ansiedade e suspense de que um filme neste
género vive. Infelizmente, o argumento de Max Borenstein não desenvolve as suas
personagens para além de veículos de exposição e de acção com o mero propósito
de os colocar no centro dos acontecimentos. O problema é mais evidente na
primeira parte do filme, uma parte sem ritmo e interesse que lida pessimamente
com as personagens humanas. Abençoado <i>gojira</i>,
que em boa hora chega para salvar a narrativa, corrigir a trajectória e
entregar o necessário ritmo, suspense e agitação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Neste <i>Godzilla</i> há espaço para desenvolver a
mitologia do Rei dos Monstros, que se revela criativa e curiosa, retirando
inspiração do Monstro de Loch Ness e oportunismo dos inúmeros testes nucleares
que decorreram durante e após a Segunda Guerra Mundial. A plausibilidade de toda
a história é questionável, mas é um salto de fé importante, senão obrigatório.
As inspirações de Gareth Edwards continuam. A cena de abertura de <i>Godzilla</i> numa central nuclear no Japão,
depois de um breve momento numa gigantesca mina nas Filipinas, lembra o terror
e o medo vivido recentemente na central nuclear de Fukushima, enquanto o
descontrolo sentido após a fuga dos MUTOs trás à memória o Parque Jurássico.
Naquela que é provavelmente a sequência mais magnificente de todo o filme, em
que um pelotão de tropas paraquedistas salta sobre a batalha de <i>gojira</i>, Gareth Edwards dá uso ao tema
Danúbio Azul do compositor austríaco Johann Strauss II, famosamente ouvido em <i>2001: Odisseia no Espaço</i>, com um efeito
espantoso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Bryan Cranston
tem um papel mais reduzido em <i>Godzilla</i>
do que se esperaria – ou se desejaria -, mas é o bastante para que a sua
interpretação se confirme a mais forte e a mais dedicada. As interpretações da
dupla Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen, que em breve também figurará na
sequela de <i>Os Vingadores</i>, são
aceitáveis, com Taylor-Johnson a evidenciar-se como uma estrela de acção com
potencial, enquanto as de Ken Watanabe e Sally Hawkins parecem marginalizadas.
O enredo de cada personagem e uma montagem a espaços desafinada constituem os
elementos mais fracos de <i>Godzilla</i>.
Não obstante estes, brilhantemente filmado, com elevados níveis de suspense,
com <i>gojira</i> entre fumos, escuridão e
destruição maciça em planos principais e segundos planos e com a formidável
música de Alexandre Desplat, este <i>reboot</i>
é na verdadeira essência um evento que provavelmente dará início a uma saga.
Corrigindo os erros aqui expostos e mantendo o que de bom foi feito, será
certamente bem-recebida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 3,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt0831387/">http://www.imdb.com/title/tt0831387/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://godzillamovie.com/">http://godzillamovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/4vhxYqsqZb0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-73534014690306358282014-05-08T20:07:00.001+01:002014-05-08T20:07:54.455+01:00Filme: Debaixo da Pele (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXYcFpBfpMkLIdbdkuax15sKjZzHb2tmmI47TMIiqcCq58N5fYtvikBAHgvDz4Th4uigkIoA5dWrbIrCy8VAXMGVJSKODgYTrB4yTa81U23sYcXsKC6XQ9g5sWwi8jtX6am_l94Z7xycjW/s1600/under.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXYcFpBfpMkLIdbdkuax15sKjZzHb2tmmI47TMIiqcCq58N5fYtvikBAHgvDz4Th4uigkIoA5dWrbIrCy8VAXMGVJSKODgYTrB4yTa81U23sYcXsKC6XQ9g5sWwi8jtX6am_l94Z7xycjW/s1600/under.jpg" height="320" width="216" /></a><b><i>Debaixo
da Pele</i>, de Jonathan Glazer, é uma projecção pouco corriqueira, uma que
exige do espectador uma necessária predisposição para o abstracto. Scarlett
Johansson é fascinante, mesmo quando o filme perde pujança. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Na Escócia há
um ser alienígena (Scarlett Johansson) à solta, capturando homens transeuntes
com o seu infalível poder de sedução. Monitorizado pelos seus pares, o ser
alienígena executa o seu trabalho impavidamente até ao momento em que a sua
emprestada feminilidade pode colocar a sua desapiedada actuação em dúvida. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Debaixo da Pele</i> é como nada que se tenha
visto recentemente no grande ecrã. Jonathan Glazer, reconhecido pelo seu vasto
currículo em videoclipes e <i>spots</i>
publicitários, aborda a história homónima de Michel Faber com um estilo marcadamente
distinto, com um visual profusamente enigmático e encolhido em que o nosso
mundo, através dos olhos de uma entidade alienígena, é pardacento e
melancólico, distante da organização social que caracteriza o ser humano. Nesta
aparente desorganização social, o predador alienígena protagonizado por
Scarlett Johansson captura as suas presas com relativa facilidade, sem nada que
na organização humana proteja ou se dê conta da falta de um dos seus membros.
Este ser alienígena actua como um louva-a-deus fêmea, trazendo a morte ao seu
parceiro sexual sem pingo de remorso ou hesitação. Silencioso e astuto na sua
avaliação, o ser alienígena detecta fragilidades e reconhece os elos mais
fracos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Jonathan
Glazer inverte a tendência das comuns narrativas e torna o seu enredo o menor
expositivo possível. Os diálogos são parcos – os que tomam lugar são meramente
de circunstância -, e a história, tal como num videoclipe, avança visualmente,
ao som de música desconcertante e sugestiva de Mica Levi. O espectador é
forçado a interpretar, a retirar sentido de cada cena, de cada acontecimento,
sob o risco de perder o fio à meada e de nada compreender. Jonathan Glazer
apoia-se fortemente na inteligência da sua audiência; a sua aposta funciona
pela maior parte, mas a linha que Glazer caminha é magra e inclinada, a
narrativa perdendo-se quando a sugestão visual perde virilidade e qualidade.
Este momento acontece algures na segunda metade, altura em que o ser alienígena
se parece apiedar e se acercar da condição humana da sua nova pele. Neste
momento de piedade, o ser alienígena abjura-se da sua frialdade ao reconhecer
um elemento da organização humana que se sente tão extraterrestre no mundo
quanto ele, e começa a sentir, a preocupar-se e a amar. Infelizmente, Glazer
não consegue dar o mesmo tratamento estético e sensorial a esta vertente mais
delicada da narrativa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Scarlett
Johansson é perfeitamente sedutora e hipnotizante enquanto o ser alienígena que
serve de veículo-mor para a narrativa de <i>Debaixo
da Pele</i>. O papel é uma escolha valente por parte da actriz norte-americana.
O filme vive da sua actuação, da sua capacidade para transmitir na rigidez
obrigatória do rosto, no olhar calculista e indiferente do ser alienígena, uma
história, uma introspecção e uma mudança. É fácil compreender a tentação de
Jonathan Glazer para montar toda a película à volta de Johansson e é o que o
realizador britânico efectivamente faz, colocando Johansson sempre em primeiro
plano no rico panorama escocês. É uma obstinação que se lhe perdoa bem, embora o
seu capricho custe na segunda metade do filme, onde o menor pendor visual
retira suspense, mistério e atracção. Metaforizando a partir do próprio filme,
a menor habilidade do ser alienígena para continuar a seduzir as suas presas
espelha-se na menor habilidade de <i>Debaixo
da Pele</i> para deslumbrar a sua audiência, disposição que ulteriormente
coloca o filme num limbo entre o superno e o vulgar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 3,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1441395/">http://www.imdb.com/title/tt1441395/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://undertheskinmovie.com/">http://undertheskinmovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/jcWKOwYAt6g?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-90318574811074069992014-05-01T16:28:00.000+01:002014-05-01T16:28:45.607+01:00Filme: Transcendence - A Nova Inteligência (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghRQKBpIRkZK2vPOJ8VxkauGuaMwOZCjaHlfqgWXk7Vaqqsvh55M_haGgZFKSW3079I-3qCWDcZUc6n8yyO2XoOSwmEfMV2phkiJXRLXZ1BB4EwJYEjVV1hgwS7RyXYgNSuNUF1uxKZERD/s1600/transcendence.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghRQKBpIRkZK2vPOJ8VxkauGuaMwOZCjaHlfqgWXk7Vaqqsvh55M_haGgZFKSW3079I-3qCWDcZUc6n8yyO2XoOSwmEfMV2phkiJXRLXZ1BB4EwJYEjVV1hgwS7RyXYgNSuNUF1uxKZERD/s1600/transcendence.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Na sua estreia como realizador, Wally
Pfister aborda o género da ficção científica sem o resultado desejável. <i>Transcendence – A Nova Inteligência</i> é na
maioria um filme de nota insuficiente com um argumento e interpretações
incompletas. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Quando um grupo de terroristas cibernéticos
atinge Will Caster (Johnny Depp) com uma bala envenenada com polónio num ataque
coordenado contra centros de investigação de inteligência artificial, Evelyn
Caster (Rebecca Hall) decide salvar o seu marido a todo o custo, nem que seja
apenas a sua consciência. Após a sua morte física, Will vive nos zeros e nos uns,
nos bites que dão origem ao vasto mundo cibernético, com repercussões
inimagináveis para o mundo. </i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Transcendence – A Nova Inteligência</i>
apresenta uma premissa extremamente promissora, particularmente para aquele
cinéfilo, ou casual espectador, aficionado pelo elemento de ficção científica
na sétima arte. <i>Transcendence – A Nova
Inteligência</i> cumpre satisfatoriamente parte da sua premissa; todavia,
algures ao longo da experiência cinematográfica – a primeira enquanto
realizador do prévio director de fotografia Wally Pfister –, o filme defrauda
parte da expectativa criada, tornando-se incapaz de brindar o espectador com um
resultado apropriadamente fascinante. O problema com <i>Transcendence – A Nova Inteligência</i> não se resume à incapacidade do
argumento de Jack Paglen para engatar, devendo também apontar-se a falta por vezes
gritante de ritmo e de sentido na acção de certos elementos da narrativa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
À excepção de
Will e de Evelyn Caster, as caras de <i>Transcendence
– A Nova Inteligência</i> pecam por fraca caracterização e por pobre exposição
de motivações. A título de exemplo, a fraca apreensão governamental ou a
inexistente cobertura jornalística da nova superinteligência criada/originada
por Will que ameaça mudar <s>controlar</s> o mundo não se cobre de muita
lógica. Não se pretende nada no estilo de Michael Bay; um singelo reconhecimento
dos pontos anteriores bastaria, mas nada tão redutor como a presença de um qualquer
agente do FBI e de um pequeno contingente militar por que o filme opta. Pior do
que o atrás analisado é a inserção na narrativa de um grupo de terrorismo cibernético
que, mesmo que movido por uma causa concebível, se propala (ao contrário da
superinteligência de Will) por comportamentos incompreensíveis. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Este projecto
de Wally Pfister tenta dar o ar da sua graça quando procura caminhos
filosóficos e metafísicos para as questões da evolução humana, da consciência e
do divino, aproximando-se da hipótese da simulação mais conveniente abordada em
filmes como <i>Matrix</i> e <i>A Origem</i>. Embora interessante e
relevante à sua maneira, esta abordagem não demonstra a mesma sagacidade, quiçá
porque se distrai e concede demasiado tempo a narrativas de teor secundário. Na
sua longa colaboração com Christopher Nolan, que aqui assume o papel de
produtor executivo, Wally Pfister parece ter assimilado muito, mas claramente não
assimilou a subtileza de Nolan no suspense mental. Mais do que qualquer outro,
este é o ingrediente que mais falta faz no filme, que mais o impede da almejada
transcendência cinematográfica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
As
interpretações em <i>Transcendence – A Nova
Inteligência</i> são insípidas, transparecendo que alguns no elenco não parecem
acreditar completamente no seu papel, ou no sentido da sua linha de acção. A música
de Mychael Danna revela-se bonita e apropriada. A realização de Wally Pfister
tem os seus momentos altos, momentos em que a sua experiência enquanto director
de fotografia se revela na íntegra. Como primeiro ensaio, <i>Transcendence – A Nova Inteligência</i> não é a tentativa mais bem-aventurada
do agora realizador, mas deixa a ideia de talento bruto por explorar e
aperfeiçoar. No todo, o filme não é o que poderia ter sido, o que indicava ser;
se se refrear as expectativas, entretém q.b. e levanta uma ou outra inquietante
questão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 2,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2209764/">http://www.imdb.com/title/tt2209764/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.transcendencemovie.com/">http://www.transcendencemovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/1E4-3kpPNBw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-89185325717020073392014-04-10T19:05:00.000+01:002014-04-11T09:42:54.062+01:00Filme: Noé (2014)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEije6yBQrjpGi2L2f1cFQOU4FTs6hw_UIfdPzLbRiK14K_EMRhHgFWSGbQ75AMWJcyej8nfXc2fq7BW4SvNo4wPsRvO5vRyctpunl-ZFh3KiBmQXWizQUy6rYNwSUHD3-KLCELjvFYSNCSp/s1600/no%C3%A9.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEije6yBQrjpGi2L2f1cFQOU4FTs6hw_UIfdPzLbRiK14K_EMRhHgFWSGbQ75AMWJcyej8nfXc2fq7BW4SvNo4wPsRvO5vRyctpunl-ZFh3KiBmQXWizQUy6rYNwSUHD3-KLCELjvFYSNCSp/s1600/no%C3%A9.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>Darren Aronofsky tenta manter a sua visão cinematográfica menos convencional em <em>Noé</em>, todavia, longo, desequilibrado e com interpretações assim-assim, esta adaptação do evento bíblico fica aquém das capacidades de Aronofsky para engendrar algo transcendente. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Após a Criação e a morte de Abel pelas mãos de Caim, a Humanidade torna-se gananciosa, malvada e descrente. Noé (Russel Crowe), descendente de Seth, irmão de Abel e de Caim, profetiza um grande dilúvio que resultará no fim da Humanidade e que purificará a Terra. Inspirado pelo Criador, Noé constrói uma grande arca para abrigar todas as espécies do ar e da terra. Quando o rei Tubal-Caim (Ray Winstone) ouve sobre a profecia de Noé e a sua grande construção, todo o trabalho fica em risco. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Darren Aronofsky não é um realizador convencional. Quando pega em <em>Noé</em>, uma história conhecida e partilhada por gerações pelo mundo inteiro, Aronofsky não pode naturalmente ficar-se pela simples reprodução do acontecimento. A sua natureza não o permite, nem se coadunaria com o grosso da sua obra. Confrontado com tal inconveniente, Aronofsky introduz na história de <em>Noé</em> uma componente metafísica e mística que se compara ao seu anterior trabalho <i>The Fountain - O Último Capítulo</i>, componente essa que, embora não directamente presente no evento bíblico, se encaixa naturalmente na narrativa. O problema, todavia, e não obstante bem-intencionado, é que Aronofsky, procurando oferecer um <i>blockbuster</i> que ao mesmo tempo transmite a sua visão menos convencional, não consegue o desejável equilíbrio entre todas as suas interacções. Os momentos de acção de <em>Noé</em> não convivem com os seus momentos de reflexão, nem tão-pouco a provocação moral se insurge de forma estruturada e admissível. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Aronofsky está no seu melhor quando questiona a natureza humana, a capacidade para o livre-arbítrio e a justiça da actuação divina. Nestes momentos do filme, o realizador norte-americano, munido do poder visual e sonoro e do conhecimento religioso, insiste <strike>obriga</strike> na reflexão e na dubiedade da mensagem que advém de um acontecimento catastrófico e segregacionista como o é o dilúvio. Este escapismo, ou tentativa de escapismo, vive e brilha enquanto Aronofsky não se resolve a entrar no campo da grande acção e do melodrama. Quando por fim muda a rotação, o realizador perde o instinto escapista, inventa demasiado e produz um terceiro acto que se corrói em mau drama, em reflexão fragmentada e intenção duvidosa. Da mensagem de movimento <i>New Age</i> à mensagem de cegueira religiosa, Aronofsky parece ironicamente perdido num oceano imenso de pré-ideias, sem terra à vista. O seu pombo de anunciação não chega, nem fica a sugestão de que alguma vez fosse chegar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
As interpretações de <em>Noé</em> apresentam-se tão fragmentadas quanto a direcção de Aronofsky, num registo do bom ao ruim a que quase ninguém escapa. Não é fácil vender momentos dramáticos que carecem de sentido e em <em>Noé</em> nenhum o consegue com relativo sucesso, embora o considerável esforço de Russell Crowe e de Emma Watson. A música de Clint Mansell, compositor predilecto de Aronofsky, cobre-se com a mesma mácula de que padece toda a produção. O seu pulso habitualmente certeiro não parece indicado para o projecto; a espaços, a sua música, ainda que com o seu encanto sonoro, é inegavelmente desajustada do evento cinematográfico, comportando-se como outro elemento desestabilizador para o efeito meditativo que esta adaptação de <em>Noé</em> tanto quer alcançar, e que tanto precisava ter alcançado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Enquanto adaptação bíblica, <em>Noé</em> é claramente um trabalho distinto que se atreve a ir mais longe. Infelizmente, vindo das mãos de Darren Aronofsky, não vai tão longe quanto deveria. O erro começa na <i>blockbusterização</i>, mas só provoca o maior impacto quando Aronofsky perde o fio à meada do seu tão famigerado escapismo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 2,5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1959490/">http://www.imdb.com/title/tt1959490/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.noahmovie.com/">http://www.noahmovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/U5B7RSsQyeQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-43931210699874458192014-02-26T19:02:00.000+00:002014-02-26T19:02:02.273+00:00Filme: Nebraska (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju8NQ8LKQhZE1AFHxZnQH9_X0was6ADCEPXpHV42bgQiO29uaaZeeeCiSs04Wvdn3PMY8AwG0vR8f8R853wDbOqlRcAhmzAdKyRqUEOAOWn13Oy3FC628j4gFC6yLEJQn13cd2kWzTkiXB/s1600/nebraska+-+C%C3%B3pia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju8NQ8LKQhZE1AFHxZnQH9_X0was6ADCEPXpHV42bgQiO29uaaZeeeCiSs04Wvdn3PMY8AwG0vR8f8R853wDbOqlRcAhmzAdKyRqUEOAOWn13Oy3FC628j4gFC6yLEJQn13cd2kWzTkiXB/s1600/nebraska+-+C%C3%B3pia.jpg" height="320" width="213" /></a><b><i>Nebraska</i>
dá continuidade à abordagem da temática da família por Alexander Payne, que,
novamente numa realização segura, se rodeia de fortes interpretações para
filmar o seu trabalho mais terra-a-terra. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Quando Woody Grant (Bruce Dern) recebe no
seu correio uma nota a dar conta de que foi o vencedor de um milhão de dólares,
Woody, embora o alerta da sua família para o engodo, decide caminhar pelo seu
próprio pé para reclamar o prémio. David (Will Forte), filho de Woody, resolve
tirar alguns dias de férias para ajudar o seu pai na longa viagem, uma que,
pelo caminho, os levará à terra-natal de Woody e a velhos amigos e
familiares. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Filmado num
belíssimo enquadramento a preto e branco, de arquétipo corajoso, onde o
cinzento é quiçá mais predominante, <i>Nebraska</i>
é um filme de uma simplicidade tão matreira que, à superfície, pode parecer não
ter muito a dizer. Todavia, <i>Nebraska</i>,
na sua reflexão sobre a mundanalidade da vida, dos desejos e das escolhas
individuais, carrega uma mensagem comovedora, nostálgica e auspiciosa sobre a
derradeira etapa do ser humano. Nesta, Woody, velho, confuso e visivelmente
arrependido (menos para ele próprio), representa alguém que, saturado da
pasmaceira do seu dia-a-dia, se agarra à probabilidade mais ínfima de superação
para alcançar e deixar na sua vida algum significado. Woody conta com a boa
intenção e a louvável complacência do seu filho David para avançar nesta viagem
de redescoberta e relembrança pela estrada.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A viagem de
Woody leva-o a reencontrar-se com o seu passado, com a família distante e com
as pessoas da sua terra-natal. Woody, sem muito para dizer, não parece dar o
menor interesse a nenhum dos anteriores – surge sempre baralhado e alheado -,
mas é indisfarçável o seu regozijo, fisicamente contido, por ter um tão elevado
e milionário prémio nas mãos, um que o torna na celebridade de que todos falam
no seu longamente adiado regresso a casa. Em Hawthorne, Woody sente-se como o
emigrante que triunfou lá fora e que regressa para demonstrar toda a sua
ascensão. Pena que, de facto, o prémio não seja real e que a fantasia não
ultrapasse o simples e senil devaneio nem o oportunismo vergonhoso das suas
amizades e da sua numerosa família. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Nebraska</i> mostra como laços tão
antigamente fortes se quebram e enfraquecem com o efeito temerário do tempo. O
reencontro entre Woody e os seus velhos amigos, bem como entre ele e os seus
irmãos, é pontuado pelo silêncio de quem já não tem efectivamente nada em comum
à excepção de memórias meias esquecidas que não servem mais do que mero veículo
para curta conversa fiada. Mostra igualmente como um mundo de oportunidades e
probabilidades tão grandes na fase inicial da vida se reduz num mundo tão
pequeno e pouco ideal na recta final. Para o melhor ou para o pior, as decisões
de Woody resultaram na vida e nas oportunidades possíveis. Acomodou-se e
dificilmente mudaria alguma coisa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Alexander
Payne volta a focar-se na temática da família para alcançar outro grande
trabalho. Se em Os Descendentes se debruçava sobre a fase intermédia da vida,
onde as possibilidades são ainda abundantes, <i>Nebraska</i> está mais para a frente, mais para o fim, para a recta
derradeira numa estrada constringida de escolhas e oportunidades. Em ambos os
trabalhos reside, contudo, a ideia comum de que laços entre pais e filhos podem
ser reforçados e retomados por via de um evento autónomo às suas acções. Payne
realiza <i>Nebraska</i> como realizou Os
Descendentes: com segurança, concentração e momentos de brilhantes
contemplações paisagísticas, aprimoradas pela bela fotografia de Phedon Papamichael
e pela encantadora música transicional de Mark Orton. Payne consegue uma vez
mais uma performance maior do que o próprio filme do seu protagonista: Bruce
Dern é nada menos que brilhante na sua interpretação de um homem desgastado
pela vida, pelos maus hábitos e pelo remorso. Will Forte é igualmente
apreciável enquanto o indulgente e benévolo David e June Squibb, enquanto
mulher de Woody e mãe de David, marca cada cena com a sua constante
desaprovação e com a sua língua afiada.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A cena de fecho
de <i>Nebraska</i> culmina todas as ideais e
impressões da narrativa num acto libertador e superador. Nessa cena, <i>Nebraska</i> e o seu realizador comprovam-se
concomitantes e íntimos com a sua mensagem, acção que se estende ao espectador
que se poderá rever em algumas das vulgares reproduções do filme. <i>Nebraska</i> não poderia ser mais
profundamente elementar e definitivo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1821549/">http://www.imdb.com/title/tt1821549/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.nebraskamovie.com/">http://www.nebraskamovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/EIQHBpfdlIM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-73146844536808110732014-02-18T21:03:00.000+00:002014-02-18T21:03:11.493+00:00Filme: The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoSn0UzHW-uvIHWX9QsJQoRVDhwNm3X0yXDryVR82lmpLl8wSIqy4DnjIYvEauKL_gJY_lHRoSGBMIKJaNX_8rvw0H0rfIFViZIDnk_VpspmlUA-aHqeJVFsZbPABX9yZKBmVHMroVOLz5/s1600/monuments.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoSn0UzHW-uvIHWX9QsJQoRVDhwNm3X0yXDryVR82lmpLl8wSIqy4DnjIYvEauKL_gJY_lHRoSGBMIKJaNX_8rvw0H0rfIFViZIDnk_VpspmlUA-aHqeJVFsZbPABX9yZKBmVHMroVOLz5/s1600/monuments.jpg" height="320" width="216" /></a><b>George Clooney apresenta-se em baixo de
forma em <i>The Monuments Men – Os Caçadores
de Tesouros</i>, um filme inseguro que se revela surpreendentemente
desinspirado e desinteressante, à margem dos seus próprios eventos.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Durante a 2ª Guerra Mundial, as forças
nazis, ocupando grande parte do continente europeu, tomam posse de inúmeras
obras de arte, que desviam em segredo para esconderijos desconhecidos. Frank
Stokes (George Clooney), com apoio presidencial, decide reunir um grupo de
especialistas, desde curadores de museu a historiadores da arte, intitulados
The Monuments Men, para recuperar as obras perdidas conforme os Aliados vão
libertando a Europa das forças inimigas.
<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
George Clooney
tem vindo a revelar-se um realizador com mérito e talento, com a imaginação e a
hombridade certas para isolar a sua posição de notoriedade dos seus resultados
finais. Em <i>The Monuments Men – Os
Caçadores de Tesouros</i>, Clooney mostra-se surpreendente e lamentavelmente
desinspirado, construindo uma história de bons rapazes fora do seu tempo que se
desperdiça num limbo insípido entre a comédia acidental e o drama
constrangedor. Em sua defesa, Clooney parece tentar uma homenagem às comédias
militares que abundaram após a 2ª Guerra Mundial; nessa consideração, Clooney
faz uma boa continência e uma boa réplica do humor por vezes absurdo e
improvável que reina em referidos filmes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Clooney atira
o seu trabalho para um espaço de indecisão narrativa, não conseguindo optar
pela comédia pura ou pela comédia de entoação dramática. No caso da história baseada
em factos verídicos de <i>The Monuments Men
– Os Caçadores de Tesouros</i>, adaptada do livro <i>The Monuments Men: Allied Heroes, Nazi Thieves and the Greatest
Treasure Hunt in History</i> de Robert M. Edsel, a narrativa pedia uma inflexão
dramática mais forte, mais presente e mais interligada com os restantes
périplos. Não o procurando, Clooney não consegue estabelecer empatia entre a
audiência e as suas personagens, nem criar a necessária perturbação quando
algumas delas se confrontam com real perigo, embora o potencial e o talento
estejam lá para alcançar algo muito mais superior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A história de
um grupo de homens ligados às artes, de diferentes frentes, que se oferece com
pouca oposição para constituir uma task-force delegada para recuperar obras de
arte roubadas e desviadas por nazis poderia ser tomada por distintas
perspectivas. A perspectiva escolhida por Clooney, que assina o argumento com
Grant Heslov, é uma que resultaria pouco e o resultado final prova tal
constatação prévia. Esta não é, afinal, uma aventura de um grupo de Indianas
Jones, mesmo que a tentação seja encará-la dessa maneira. A ideia que sobeja é
que este grupo chega tarde para a festa e que fica à mercê dos seus restos. O
derradeiro falhanço de <i>The Monuments Men
– Os Caçadores de Tesouros</i> é não saber transformá-los em algo
profícuo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Quando a
narrativa se apresenta em tal limbo e as personagens carecem de maior e melhor
profundidade, servindo de mero veículo expositivo, não há elenco de luxo que
consiga puxar pelos seus galões. Assim é o caso deste elenco, largamente
subaproveitado e inferiorizado no seu talento natural, limitando-se, talvez
porque também nunca reconheceu potencial no guião, a servir de receptáculo para
uma versão maçuda das suas personagens. A direcção artística de <i>The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros</i>
não é má; os cenários vibram com a reprodução da época e com a sublimidade das
inúmeras e distintas obras de arte. O guarda-roupa recria impecavelmente a era
e a fotografia de Phedon Papamichael, a par da música de Alexandre Desplat,
reflecte melhor a ambiguidade entre a leveza e a sensação de aventura e o
dramático e a sensação de perigo do que a própria narrativa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros</i>
desilude na abrangência e na importância da sua história e entretém muito
pouco. Irónico que, na ânsia da caça e da restauração de obras de arte, o filme
tenha falhado fazer alguma coisa útil por ela.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 2 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2177771/">http://www.imdb.com/title/tt2177771/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.monumentsmenmovie.com/">http://www.monumentsmenmovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/ZmrgCWTF4w8?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-28896748603299633322014-02-13T01:05:00.001+00:002014-02-13T21:23:27.945+00:00Filme: Uma História de Amor (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2K6YBSGFIT2q8gv9y6c9z8VgAAgV6pzLwUMMg4v61x0PICg6k6uGgKJTpPvhdR25GBpkcFYJ9WtqPY-oNeRj5Cm87p3AYCXya3r86J1ImbuSFKzZ2i8gp3zvBucqTUbgt8y3PbNj6N2cv/s1600/her.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2K6YBSGFIT2q8gv9y6c9z8VgAAgV6pzLwUMMg4v61x0PICg6k6uGgKJTpPvhdR25GBpkcFYJ9WtqPY-oNeRj5Cm87p3AYCXya3r86J1ImbuSFKzZ2i8gp3zvBucqTUbgt8y3PbNj6N2cv/s1600/her.jpg" height="320" width="216" /></a><b><i>Uma
História de Amor</i> é um filme triunfante, belo e tocante que maravilha pela
imaginação da sua narrativa, pelas fabulosas interpretações e pelas inúmeras
mensagens e questões que partilha com a sua audiência. Um clássico! <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Num futuro não muito distante, Theodore
Twombly (Joaquin Phoenix) é homem solitário, separado da sua mulher, que
escreve todo o tipo de cartas comemorativas como profissão. Certo dia, Theodore
decide adquirir um novo sistema operativo munido com inteligência artificial,
sendo introduzido a Samantha (Scarlett Johansson), a voz personalizada,
adaptada às suas características, que o guia e organiza e por quem começa a
sentir uma inopinada atracção. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Spike Jonze já
habituou o espectador à originalidade que permeia os seus trabalhos. Contudo, <i>Uma História de Amor</i> é um projecto que
vai muito mais longe, muito mais ambiciosamente do que Spike Jonze alguma vez
se permitiu. A premissa desta história futurística parece inicialmente difícil
de se concretizar, de fugir à armadilha do insólito e de agradar
particularmente. Desengane-se aquele que se confronta com tais conclusões
precipitadas, porquanto <i>Uma História de
Amor</i> é um trabalho profundo, dotado de poderosas reflexões sobre os
relacionamentos humanos, o amor e a amizade, sobre o impacto que a tecnologia e
o produto do próprio intelecto, superando-se ao seu criador, causa a montante,
na sua gloriosa origem, modificando-se pelo leito abaixo até à sua inevitável
libertação a jusante, em novo patamar evolutivo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Através de
comandos verbais, Samantha transforma-se paulatinamente de um mero e evoluído
sistema operativo para uma verdadeira companheira (sim, diferencia-se em
género) que, em simbiose perfeita, para além de organizar, motivar e ajuizar,
oferece uma componente emotiva extraordinária, preenchendo o vazio emocional e
a solidão compulsiva que assiste Theodore. É inegável que a tecnologia,
encurtando distâncias, tem vindo a afastar os indivíduos no espaço físico.
Relações constroem-se e destroem-se em mundos virtuais; o espaço corpóreo é
progressivamente secundário e alternativo. A existência de um sistema operativo
provido de inteligência artificial como Samantha não é tão improvável quanto
pode parecer. A narrativa de Jonze mostra que o ser humano, tendo evoluindo
para o campo virtual das inter-relações, está pronto para outra evolução
comunicativa: com a máquina moldada à imagem do próprio <i>Eu</i>. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A narrativa
requer os seus momentos de fé cega, mas aquilo que exige do espectador não é
senão análogo ao que os sistemas operativos exigem dos seus utilizadores,
tornado a experiência absorvente e envolvente. Enquanto, no mundo de Jonze, as
relações entre humanos e sistemas operativos se aceitam e banalizam, entre a
tela e a audiência estranham-se e depois entranham-se. A dada altura, o
espectador não vê senão com normalidade que Samantha seja convidada e vá a um
piquenique com amigos de Theodore, ou que vá com ele passear até às montanhas.
Samantha, embora sem presença física, existe indiscutivelmente como ser consciente,
com as suas próprias sensações e opiniões, dúvidas e imperfeições. A única
falha de Samantha é não ter um rosto, um corpo; mas mesmo nesse aspecto se
superioriza através da música, da voz e da capacidade para se metamorfosear até
ao infinito. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A relação de
Samantha com Theodore é uma pura história de amor, pontuada por momentos de
beleza rara e emoção autêntica. É, discutivelmente, uma das grandes histórias
de amor no grande ecrã, grandiosa por não se revezar na frivolidade nem no
costumeiro. Esta história é genuína; se resulta ou não de calculada
programação, a realidade que interessa é a ânsia que provoca no espectador pelo
bem-querer de Samantha e a aflição por não conseguir prever, desconhecendo as
regras deste mundo, o final da narrativa. Como é que esta história poderá
acabar bem? Tão humanizada é Samantha, será que cairá nos mesmos vícios
humanos, ou será que se distinguirá? Independentemente do desfecho, o grande
feito desta tecnologia é a habilidade para reintroduzir o ser humano ao
conceito do amor puro e à beleza do mundo em toda a sua concupiscência natural;
feito que ultrapassa a barreira da tela e se instala na audiência. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O <i>design</i> de produção de <i>Uma História de Amor</i> é absolutamente
soberbo, com uma pitada <i>q.b.</i> de
projecções futurísticas que se amalgamam com o ar retro e de cores desbotadas
do guarda-roupa. Spike Jonze cria magistralmente uma atmosfera que torna <i>Uma História de Amor</i> tão distinta do
mundo actual, mas ao mesmo tempo tão perto dos seus problemas e temáticas. O
seu argumento é de uma imaginação incrível e a maneira como o concretiza na
plenitude aponta um mestre na expressão absoluta da sua arte. A interpretação
de Joaquin Phoenix, solitária, emotiva, inspiradora e desoladora, indicia uma
vez mais que Phoenix se expressa melhor em papéis surreais onde a invenção da
sua personagem é completa. O elenco de suporte encontra-se magnífico, mas
nenhum deixa uma impressão tão forte quanto Scarlett Johansson, cuja precisa
apenas de emprestar a sua voz a Samantha para manifestar o melhor trabalho da
sua carreira. A sua Samantha vive no timbre da voz, na respiração cadenciada e
nos silêncios cuidados; Johansson ganha rosto e forma através da imaginação, da
aspiração e do conhecimento. Uma interpretação memorável que, na natureza e na
importância, só encontra par em HAL de <i>2001:
Odisseia no Espaço</i>. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A música
fornecida pelos Arcade Fire fornece uma camada extra de contemplação à
atmosfera construída. Tudo agregado, <i>Uma
História de Amor</i> está destinado a tornar-se um clássico, afinado por aquilo
que é, indubitavelmente, uma história excepcional, como muito ainda por
descodificar, reflectir e progredir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 5 em 5 estrelas</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt1798709/">http://www.imdb.com/title/tt1798709/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Site Oficial: <a href="http://www.herthemovie.com/">http://www.herthemovie.com/</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Trailer:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/a746HOddqZY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7250583919877956587.post-55863271654805510752014-02-07T21:20:00.000+00:002014-02-07T21:20:52.507+00:00Filme: Filomena (2014)<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL1T859Tiynbt8CttsnXUQ8bkbpqg12s6R_Tlyp1Phpad5kCcY4ldJW1fW4o4t4uceWVYte3K5eTdqUhHeSstGEqveYeRp-VlCNfAkdAEpxU-J6U2-p858jmcPv3qut6rg7EidQi15oXar/s1600/filo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL1T859Tiynbt8CttsnXUQ8bkbpqg12s6R_Tlyp1Phpad5kCcY4ldJW1fW4o4t4uceWVYte3K5eTdqUhHeSstGEqveYeRp-VlCNfAkdAEpxU-J6U2-p858jmcPv3qut6rg7EidQi15oXar/s1600/filo.jpg" height="320" width="216" /></a><b>Baseada num caso verídico, <i>Filomena</i> narra uma história emotiva de
busca e perdão que encontra Judy Dench numa interpretação exímia e dedicada. Um
filme intrinsecamente britânico que move pelo seu decoro. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Na adolescência, Filomena Lee (Judy Dench),
uma rapariga irlandesa, engravida e dá à luz a um filho, Anthony. A viver e a
trabalhar num convento, Filomena assiste, contra a sua vontade, à inesperada
adopção de Anthony por uma família norte-americana. Cinquenta anos mais tarde,
e sem ter qualquer rasto do seu filho, Filomena aceita a ajuda do jornalista
Martin Sixsmith (Steve Coogan) para descobrir o paradeiro de Anthony, uma
investigação que a levará aos Estados Unidos. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i>Filomena</i>, etapa-a-etapa, revelação-a-revelação,
acompanha a busca de Filomena Lee, apoiada pelo jornalista caído em desgraça
Martin Sixsmith, sem nunca colocar o que é por si só uma história desoladora ao
serviço da mera exposição dramática. A investigação é feita com naturalidade e
Filomena Lee, embora a crueldade, não é vitimizada da forma que poderia ter tão
naturalmente (e, porventura, legitimamente) sido. Filomena permanece
graciosamente positiva, mesmo quando se rodeia de todas as razões para se
enfurecer e se sentir injustiçada. Não significa, todavia, que Filomena esteja
desprovida de sentimento; pelo contrário, Filomena, católica devota, rege-se
assertivamente pelos valores do perdão e da compreensão. Ironicamente, as
inquirições de Filomena e Martin a membros da Igreja Católica relevam uma
clerezia retraída e dolosa, predisposta à acusação e à marginalização
imediatas. Se o filme exagera ou não na sua demonização eclesiástica não é
propriamente relevante; importante é a aferição que faz da crueldade humana na
maneira como mostra a assustadora facilidade com que alguém separa uma mãe do
seu filho e como, mais tarde, se rodeia de pretensos moralismos para continuar
a justificar e a manter tal separação. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Não fosse o
vínculo verídico retratado no livro <i>The
Lost Child of Philomena Lee</i> que Steve Coogan e Jeff Pope adaptam, a maneira
como a busca de Filomena e de Martin se concretiza pareceria demasiado perfeita
e completa, concluindo-se num <i>full circle</i>
excessivamente cinematográfico. Naturalmente, <i>Filomena</i> não é isento dos seus excessos puramente narrativos, mas a
narrativa funciona de forma agregadora, conjugando o real com o acessório para
criar fluidez e sentido (no qual é epíteto as imagens em <i>Super 8</i> de etapas na vida de Anthony). Aliás, em relação aos
eventos na vida de Anthony, é meritória a forma como Stephen Frears, focando-se
em momentos felizes e marcantes, captura pequenos olhares de Anthony que
mostram uma certa tristeza e solidão, revelando um vazio que o filho de
Filomena eventualmente deslindará com a idade.
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<br /></div>
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<i>Filomena</i> é um filme britânico na sua
espinha, refreando-se com a habitual rectidão que acompanha a maioria das
produções da terra de Sua Majestade. Stephen Frears encontra um bom
balanceamento entre as várias frentes, combinando a excelente fotografia de
Robbie Ryan com a montagem cadenciada de Valerio Bonelli e a belíssima música
de Alexandre Desplat. Por seu lado, Stephen Frears deve também a qualidade da
sua película às prestações de Judy Dench e Steve Coogan. Dench, amável e
graciosa, dá outro acto de classe em toda a sua reconhecida capacidade,
mantendo-se na forma que a coloca no restrito grupo das melhores actrizes
vivas. Steve Coogan entrega uma interpretação inspirada, dando corpo e alma a
Martin Sixsmith sem tornar a personagem genérica. <o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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<i>Filomena</i> é um trabalho emotivo, sensível
e comedido. A história de Filomena Lee provocará no espectador um sentimento de
revolta – muito se deverá à demonização prosseguida por Stephen Frears.
Contudo, a força da narrativa reside na forma como Filomena se mostra, em toda
a sua singeleza, moralmente evoluída. Uma história e uma lição de superação
imperdível! <o:p></o:p></div>
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<b>CLASSIFICAÇÃO</b>: 4 em 5 estrelas</div>
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IMDB: <a href="http://www.imdb.com/title/tt2431286/">http://www.imdb.com/title/tt2431286/</a></div>
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Site Oficial: <a href="http://philomenamovie.com/">http://philomenamovie.com/</a></div>
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Trailer:</div>
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André Olimhttp://www.blogger.com/profile/12474049478226984139noreply@blogger.com0